Quando criança em Japeri (RJ), o zagueiro Luiz Otávio, autor do gol da vitória da Chapecoense sobre o Atlético Nacional, na terça-feira, queria ser marinheiro. Mas as boas atuações no futebol de várzea encaminharam sua carreira para os campos de futebol. Sorte da Chape, que contou com a noite iluminada do zagueiro para vencer e ficar perto do título da Recopa Sul-Americana. Ele saiu do banco no intervalo e usou a cabeça para balançar a rede.

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Antes de chegar na Chapecoense, ele defendia o Luverdense, em Lucas do Rio Verde (MT). Por ironia do destino, as duas cidades são distantes do mar. Enquanto a cidade do Mato Grosso fica a quase 2 mil quilômetros do oceano Atlântico, Chapecó está a 600 quilômetros do litoral.

Mas a não realização do sonho de infância não tira o largo sorriso do alto de seu 1,95 metro de altura. Quando Grolli informou ao banco que estava sentindo a “perna pesada”, Luiz Otávio foi alongar. Fominha como sempre foi desde a adolescência, queria muito entrar na partida. Ele só não esperava que a sorte estivesse do seu lado.

– Fiquei muito feliz. Nas partidas que entrei como titular, não tomamos gol. E nos jogos que entrei, o time saiu vitorioso, como o duelo diante do Zúlia, na estreia da Libertadores – lembrou.

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Na Chape, Luiz não é marinheiro de primeira viagem. O jogador de 24 anos foi titular em quatro jogos do Catarinense, contra Tubarão, Avaí, Joinville e Criciúma. Contra o Tigre, também marcou um gol. Contra o Avaí, foi responsável para combater a bola aérea do Leão.

Durante as partidas, ele fica tão concentrado que não dá bola nem para a mulher Jeanne Borges e o filho Thomas, de 6 anos. Num jogo em que estava no banco, o filho foi até perto da casamata, na grade, e o atleta apenas o cumprimentou. Zagueiro-zagueiro, Luiz Otávio também não é de conversar muito.

– Se eu não precisar falar, não falo – contou.

O jogador gosta mesmo é de ficar em casa, assistindo a filmes de ação e programas do Discovery Channel. O único problema é que às vezes passa um caminhão carregado de suínos e o cheiro forte invade o apartamento. Jeanne lembra que seu avô também criava suínos.

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Embora longe do mar, o jogador está adorando Chapecó. Considera acolhedora e sem a agitação da cidade grande. Ele pretende ir pescar e acampar quando tiver uma folga.

– Adoro pescar e ficar sossegado no meio do mato para relaxar da pressão que a gente sofre – explicou o defensor.

Inspirado no zagueiro Juan, do Flamengo, que já jogou na Seleção Brasileira, também pretende um dia vestir a amarelinha. Se continuar fazendo gols decisivos, a torcida logo vai começar a gritar: Luiz Otávio é seleção.

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