Sexta, sábado e, bem conversadinho, até domingo. Com certeza você, leitor, conhece alguma pessoa que deixou para fazer nesses três últimos dias as compras para o Natal. Entre presentinhos e presentões, o comércio de rua e de shoppings em Blumenau trata essa reta final de vendas como o termômetro para aquilo que deve vir em 2018. O otimismo, palavra deixada de lado em tempos de crise, volta à cena, e aquilo que era cautela há alguns anos se transforma em confiança.
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São ao menos dois os motivos apresentados por lojistas para isso. Primeiro, uma perceptível ausência do medo em gastar com os presentes natalinos, causada pela confiança no momento econômico, menos preocupante do que 2016. Em segundo lugar, o fluxo mais intenso de consumidores, ávidos por lembranças nem tão singelas como no ano passado, mas que também não chegam a ter status de ostentação como almejavam os comerciantes. De modo geral, um meio termo que agrada todos os lados da história.
Na visão dos lojistas, o cenário não é tão contrastante com anos anteriores, conforme divulgou a Fecomércio-SC em pesquisa. Tíquete médio em compras na casa dos R$ 530 – divulgado em novembro – seria excelente, mas a prática aponta outra situação. O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Blumenau, Helio Roncaglio, acredita que metade desse valor representa algo mais fiel à realidade.
– Foi um segundo semestre melhor, com queda na inadimplência, e um Dia das Crianças que já foi surpreendente. O valor do tíquete médio não chega a ser tão alto, mas os empresários estão animados com o desempenho que o comércio vem tendo. O lojista acordou, já sabe que se não se mexer, se não tomar atitudes, vai fechar as portas – opina Roncaglio.
Resultado começa a ser verificado nas lojas
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Em Blumenau, metade dos entrevistados pela Fecomércio-SC em novembro disse que compraria peças de vestuário para presentear filhos, cônjuges, pais, namorados. O segundo item que mais faria parte do cenário da árvore de Natal são os brinquedos – 18,5% disseram que comprariam passatempos infantis. Para a gerente de vendas de uma loja de brinquedos, Josiane de Mattos Dallmann, o quadro atual reflete a segurança do cliente em consumir. O crescimento nas vendas na loja de um shopping na cidade em 10% e a prévia do último fim de semana são os fatores que confirmam essa potencial boa fase.
– Percebemos que os pais, por mais que estejam segurando alguma despesa, acabam reservando dinheiro e fazendo a compra, já que não existe Natal sem brinquedo. É isso que estamos sentindo. As vendas esquentaram desde o último final de semana e o momento é mais otimista – avalia Josiane.
Movimento intenso nas lojas nos últimos dias
Quinta pela manhã, mesmo em meio ao tempo instável no Centro de Blumenau, muitos consumidores aproveitaram uma brecha na agenda para andar com sacolas às margens da Rua XV de Novembro. É o caso da desenvolvedora têxtil Maria Lúcia Vilain. Com passos lentos e sacolas na mão, ela procura por presentes que possam agradar amigos, sejam eles secretos ou não.
Diferente do ano passado ela admite que gastará mais, não os R$ 530 indicados na pesquisa da Fecomércio-SC, mas pelo menos metade desse valor.
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– Nada mais é baratinho, né? Mas mesmo assim neste ano foi possível gastar um pouquinho mais para não deixar ninguém sem presente – relata Maria.
Presidente do Sindilojas, Emílio Schramm diz que não só há otimismo como também satisfação dos empresários quanto às vendas até agora:
– As pessoas vão protelando e quando chega na hora “h”, veem que não podem escapar do presente. Pelo que foi vendido até agora, há uma boa projeção em termos de faturamento. O consumidor está mais seguro em gastar e isso é fácil de sentir.