Quem circulou pelo Centro de Florianópolis na manhã desta sexta-feira, 16 de dezembro, encontrou alguns estabelecimentos comerciais fechados. Comerciantes descontentes com a atuação de vendedores ambulantes ilegais decidiram fechar as portas por uma hora para realizar uma protesto contra a atividade irregular. Eles se reuniram em frente ao Centro Comercial ARS, na Rua Felipe Schmidt e caminharam com faixas, apitos e nariz de palhaço para chamar atenção de autoridades e cobrar fiscalização.

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Lojas fecham as portas em protesto contra comércio ilegal nas ruas do Centro de Florianópolis

No protesto, comerciantes e funcionários seguraram faixas com dizeres como “Prefeito, cadê você?”, “Sesp, cadê você?”, “Fazenda estadual, cadê você?” e ainda “Xô pirataria”. Ao longo da caminhada o grupo foi aumentando, com mais lojas fechando as portas e se juntando ao movimento. Aqueles que resolveram não fechar seus estabelecimentos foram vaiados.

O empresário Luiz Marques, que possui uma loja no ramos de presentes para casa, fala que todos estão sendo atingidos:

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(Foto: Betina Humeres / Agencia RBS)

— Falta fiscalização. A gente paga nossos impostos, faz tudo correto, e esse ano está muito difícil, já tive que demitir duas funcionárias. Com esses ambulantes ilegais as pessoas não conseguem nem entrar nas lojas — falou.

O lojista Kaled Hussem, do ramo de calçados, optou por não fechar seu estabelecimento durante a manifestação, mas colocou caixas com sapatos nas calçadas para expressar o apoio:

— Infelizmente não temos como fechar, pois o prejuízo seria maior ainda. Mas temos que protestar, todo mundo está sendo prejudicado.

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A Polícia Militar acompanhou a manifestação durante todo o trajeto. Vendedores ambulantes que frenquentemente eram visto nas imediações do Ticen e Mercado Público não apareceram nesta manhã.

Na opinião de José Alberto, que costuma ir no Centro todos os dias, a bagunça está muito grande:

— Tá uma zorra e o prefeito não está nem aí. É gente vendendo fruta, verdura que ninguém sabe de onde vem, coisas falsificadas. Não dá nem de caminhar —desabafou.

SESP afirma que faz fiscalização diária

Ciente da situação, o secretário executivo de Serviços Públicos (SESP), Wilson Vergílio Real Rabelo, afirma que o órgão faz fiscalização todos os dias, porém explica que a quantidade de fiscais é insuficiente para atender toda a cidade.

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— Fazemos, todos os dias, cinco ou seis apreensões. Mas precisamos do apoio da Guarda Municipal ou da Polícia Militar para fazer estas operações, pois os fiscais estão sofrendo agressões físicas e até ameaças de morte. Nossa atribuição é tirar a mercadoria de circulação, mas não temos como fazer serviço de inteligência para descobrir quem abastece esses ambulantes, isso é competência da Polícia Civil e da Polícia Federal — disse.

O secretário ainda explica que já não tem mais espaço físico para guardar as mercadorias apreendidas, e as dificuldades operacionais são grandes:

— Agora até olheiro estão colocando na porta da secretaria para ver quando saímos. Estamos trabalhando dentro das nossas possibilidades, mas cada dia aumenta mais o número de ambulantes. A gente precisa de ajuda dos demais órgãos de fiscalização, envolver todos e fazer uma grande operação para pegar os contrabandistas que abastecem esse comércio — finalizou.

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(Foto: Divulgação / Divulgação)

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