“Aproveite: peças com até 70% de desconto” ou “promoção: tudo pela metade do preço”.

Continua depois da publicidade

Os avisos, que pipocam nas vitrines das maioria das lojas de roupas e calçados do Centro de Jaraguá do Sul, seriam normais se o verão estivesse perto do fim. Mas, com o movimento abaixo do esperado para esta época do ano, muitos comerciantes anteciparam as promoções que costumavam realizar entre fevereiro e março, para troca de coleção.

Mesmo com liquidação, alguns lojistas afirmam que nem os preços mais atrativos são suficientes para chamar a atenção dos consumidores. Há uma semana, a loja de roupas onde a caixa Zoleide Angeli de Brito trabalha baixou os preços das roupas femininas, que estão com descontos entre 10 e 15%. Mesmo assim, o movimento está fraco.

– No ano passado, quando fizemos a promoção em fevereiro, a procura estava bem melhor – comenta.

Continua depois da publicidade

Na loja de Asta Utpadel, a realidade é a mesma: apesar dos descontos que chegam a 50%, poucas pessoas se animam a gastar. Ela acredita que o movimento reduzido seja um reflexo das vendas de Natal, que foram abaixo do esperado para a maioria dos comerciantes da cidade.

– Está tudo muito devagar. Parece que os consumidores estão tentando não fazer dívidas – diz ela, mostrando uma camisa xadrez que passou de R$ 99 para R$ 49,95.

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Jaraguá do Sul, Neivor Bussolaro, afirma que a temporada de liquidações fora de época é consequência do menor crescimento da economia brasileira.

Continua depois da publicidade

– Assim, muitos lojistas preferiram liquidar a coleção de verão no primeiro mês em vez de deixar para o final da estação – ressalta.

Bussolaro lembra que o período de queda nas vendas começou a se desenhar no Natal, quando a entidade esperava um crescimento de 5% em relação ao ano anterior, mas o crescimento foi de apenas 2,9%. Segundo ele, a liberação do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) por causa da enchente ajudou a aquecer a economia local em 2011 e, com isso, houve uma retração natural no ano passado.

– Mas acredito que os consumidores estão se reorganizando financeiramente e o varejo vai reagir no decorrer de 2012 – aposta. ?

Continua depois da publicidade

Cautela

A copeira Geni dos Santos, 54 anos, e a filha Lauriane Cristina da Silva, 26 ano, ilustram bem a cautela adotada pelos consumidores neste início de ano. Mesmo com os tentadores anúncios de liquidação pela cidade, elas estavam firmes no propósito de comprar apenas duas calças masculinas.

– Vimos as promoções, mas não sabemos se vamos comprar mais coisas. Talvez a gente dê uma olhada, mas a princípio vamos levar só o que precisa – comenta Geni.

Em compensação, a expectativa é mais otimista numa loja de calçados e acessórios do Calçadão. As funcionárias calculam que, desde que a promoção começou, há uma semana, o movimento cresceu cerca de 30%. Entre os artigos em liquidação está uma bolsa sintética dourada, que passou de R$ 119,90 para R$ 71,95, e um sapato meia-pata de R$ 249,90 e que agora pode ser encontrado por R$ 99,90.

Continua depois da publicidade