Nas lojas da Alameda Rio Branco e arredores do Jardim Blumenau um comportamento contraria a lógica de vendas. Portas trancadas, durante o horário comercial. Em plena tarde de uma quarta-feira no início do mês, o Santa encontrou quatro de 15 estabelecimentos na região com as portas chaveadas.
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A empresária Lurdes Stüpp, 54 anos, resolveu trancar o pet shop depois de ser assaltada há cerca de dois meses. Um homem entrou no estabelecimento no início da Alameda ameaçando os funcionários com uma suposta arma escondida dentro da blusa.
_ Não tem mais condições de deixar aberto. Não querem mercadoria, não querem cachorro, querem dinheiro. Agora, colocamos a campainha e os clientes precisam tocar para entrar _ explica Lurdes.
Até outubro deste ano, a Polícia Militar (PM) registrou quatro assaltos e três tentativas do crime na região. Apesar de baixo, o índice representa mais do que o triplo de ocorrências registradas no mesmo período do ano passado.
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Vizinha de Lurdes, a comerciante Ana Claudia Amorim Poplade, 46, trabalha com a entrada chaveada desde que mudou a loja do Garcia para a Alameda Rio Branco há cerca de um ano. A dona da loja de decoração acredita que os assaltos estão virando uma tendência ruim, por isso planeja instalar uma trava eletrônica.
Proprietária de uma loja de calçados na Rua Marechal Floriano Peixoto, Jacqueline Raymundi só atende os clientes que tocam a campainha. O atendimento de portas abertas foi interrompido em setembro, quando o comércio foi assaltado num final de tarde.
_ Temos câmeras dentro e fora da loja. Temos que nos proteger, já que o governo não faz nada. Estão os bandidos soltos e nós, presos _ inconforma-se Jacqueline.
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O comandante da PM em Blumenau, Claudio Roberto Koglin, afirma que o policiamento é distribuído conforme estatísticas de ocorrências registradas. No entanto, ele argumenta que não recebeu nenhuma reclamação de comerciantes nem de órgãos como a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Blumenau.
Presidente da CDL, Paulo Cesar Lopes afirma que marcará uma reunião com o comando da PM para verificar as possibilidades de resolver a sensação de insegurança dos comerciantes:
_ É inadmissível o comércio atender de portas fechadas. A partir do momento em que as portas são trancadas, a compra por impulso deixa de existir. Inibe o consumidor e prejudica muito o lojista.
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