Uma empresa endereçada em Joinville fez centenas de vítimas em todo país ao comercializar eletrodomésticos e eletrônicos pela internet e não entregar os produtos. Mais de 300 pessoas já entraram na justiça contra a Mundial Eletro, que está com o site fora do ar, mas que permanece com perfil ativo nas redes sociais. As informações são do repórter Walter Quevedo, da NSC TV.

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Lidice Mayo é de São Paulo e conta que comprou um ar condicionado na loja online. A cliente foi fisgada pelo preço, já que o aparelho que queria custava R$ 10 mil em outras lojas, mas na Mundial ficava por R$ 8 mil se o pagamento fosse feito por Pix — 20% a menos do valor de mercado.

— Tudo aparentava que a empresa era muito séria. Um dia após a compra chegou a nota fiscal, legítima, original, então eu fiquei confiante de que realmente estava tudo certo. Todos os dias chegavam e-mails [indicando] “o seu produto saiu para entrega”, “seu produto está em trânsito”. Até que no dia que era para o produto chegar, chegou e-mail prorrogando prazo, mais cinco dias. E chegaram os cinco dias, mais dez dias, e o produto não chegava — conta.

Josiel Magalhães, de Cuiabá (MS), também caiu no golpe. O jovem desembolsou R$ 1700 na compra de um ar condicionado. No início, por ser um estabelecimento novo, não suspeitou os atrasos na entrega, mas com o passar dos dias percebeu que não receberia o eletrodoméstico.

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— No início, tive um alívio, eles estavam respondendo, se diziam uma loja nova, que tinha recém-aberto em Joinville, então pensei que talvez tivesse algum problema de logística e tudo mais, só que os dias foram passando, foi piorando e chegou um ponto que eles não respondiam mais — relata.

Em vista da situação e a fim de alertar outras possíveis vítimas, Josiel montou um grupo online para reunir as pessoas lesadas pela empresa. Mais de 600 já relataram ter comprado produtos que não foram entregues.

Lidice está no mesmo grupo e auxilia pessoas a ajuizarem ações contra a Mundial.

— Nós entramos com ações judiciais em todos os estados, do Norte ao Nordeste, do Sul e Sudeste, todos os estados têm vítimas. O que nós esperamos é que a justiça seja feita e que os culpados sejam presos e que o dinheiro dessas pessoas possa voltar pra elas — reivindica.

Loja permanece ativa nas redes sociais

Em agosto, nas redes sociais, a empresa até compartilhou um vídeo em que mostrava os produtos que supostamente estariam sendo preparados para o envio aos clientes. A sede da Mundial Eletro abriu na cidade em julho deste ano em Joinville, mas foi fechada cerca de três meses depois. Atualmente, outra empresa ocupa o prédio e o telefone que consta no CNPJ da loja está inativo.

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Na cidade, pessoas que foram lesadas pelo possível golpe estão procurando o Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon). Segundo Cristiane Berger, gerente do Procon, os sócios da empresa não foram localizados e a orientação do órgão é de que as vítimas busquem a polícia.

— A orientação para todas as pessoas que nos procuram é que faça um boletim de ocorrência a respeito do caso. Podem abrir uma reclamação apenas de forma formal via Procon, porque a resolutiva não vai se dar via Procon, infelizmente, porque os sócios não se encontram mais acessíveis. É boletim de ocorrência e Ministério Público — direciona.

A reportagem da NSC TV também tentou contato com representantes da empresa, que não foram localizados. A Polícia Civil também foi procurada, mas não respondeu se há alguma investigação em andamento sobre o caso.

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— No momento, o que a gente precisa é a ação da polícia, que comece a ir atrás desse pessoal aí, porque como pode, abriram loja física, entraram na junta comercial de Joinville, fizeram todo processo pra abrir a loja e simplesmente fica por isso — enfatiza Josiel.

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