Para ter infraestrutura que permita transporte eficiente para o desenvolvimento da economia até 2020, a Região Sul, integrada por Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná, necessita de investimentos de R$ 70 bilhões em 177 obras. É isso que aponta o Estudo Sul Competitivo, um levantamento inédito encomendado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pelas federações das indústrias dos três estados – Fiesc, Fiergs e Fiep – divulgado nesta terça em Brasília.

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Entre as autoridades presentes, o governador Raimundo Colombo; a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti; o presidente da CNI, Robson Andrade; e o presidente da Fiesc, Glauco José Côrte.

Responsável pelo trabalho, a empresa de planejamento Macrologística apurou que 51 dos 177 projetos podem ser priorizados. Eles exigiriam investimentos de R$ 15,2 bilhões, 22% do total, melhorariam oito eixos logísticos e evitariam gastos anuais de R$ 3,4 bilhões, que representam cerca de 80% das perdas totais devido ao déficit de infraestrutura de transportes enfrentado hoje na região. A análise considerou o impacto econômico de rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos e dutos.

O objetivo das entidades com a realização desse estudo é, além de saber onde estão os gargalos, buscar soluções com o apoio do poder público para que a economia da região, que hoje representa 17% do PIB brasileiro, possa ter menores custos de logística e, assim, avançar com mais competitividade. O estudo também aponta qual é a melhor alternativa para viabilizar as obras: pelo poder público, iniciativa privada ou parceria público-privada (PPP).

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– Precisamos desses investimentos nos três estados, pois, certamente, vão dar mais competitividade a uma região tão importante para a economia brasileira – disse o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

O estudo também aponta qual é a melhor alternativa para viabilizar as obras: pelo poder público, iniciativa privada ou parceria público-privada (PPP).

Trecho da BR-116 usa 307% da capacidade

O gargalo número 1 da Região Sul é o trecho da BR-116 que liga Curitiba a São Paulo. O uso atual é de 307% da capacidade e, se não for duplicada nos próximos anos, chegará em 2020 com mais de 500% do limite previsto. Vale lembrar que por essa rodovia passa boa parte das cargas do Sul para São Paulo e vice-versa. Por isso, as perdas afetam os três estados do Sul mais uma parte de São Paulo. Nos três estados, pelo menos em 15 rodovias o tráfego atual excede em mais de 100% a capacidade. Quanto maior a demora em fazer as obras, mais aumentam os custos de logística. Se os investimentos não saírem das planilhas, o custo logístico da região, que em 2010 ficou em R$ 30,6 bilhões, vai chegar a R$ 47,8 bilhões em 2020.

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São oito eixos prioritários

Estão em oito eixos os 51 projetos prioritários apontados pela consultoria Macrologística. Cinco eixos são rodovias já existentes, mas há a necessidade de um novo eixo rodoviário e dois ferroviários. Segundo Olivier Girard, diretor da consultoria, para chegar a essa conclusão, a equipe técnica considerou as obras necessárias para a modernização, implementação e ampliação de cada eixo intermodal, custos de cada uma, prazo de retorno do investimento, impacto ambiental, geração de impostos e empregos, benefícios sociais e oportunidades de desenvolvimento regional em função da integração econômica proporcionada pelos eixos.