A Wetzel vai apresentar plano de recuperação modificativo nos autos do processo, que corre na 4ª Vara Cível de Joinville. As conversas e as negociações com diferentes credores estão adiantadas, afirma o advogado Thomas Dulac Müller, responsável pela formulação das propostas.
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Na primeira data, nesta terça-feira, a assembleia de credores sequer foi instalada no salão da Acij. Não aconteceu porque o representante do único credor com garantia real, a Bosch, não compareceu. E como é necessário presença de metade mais um dos credores, em todas as quatro classes, o administrador judicial Agenor Daufenbach encerrou o encontro.
Agora, a Wetzel vai reescrever o plano, de modo que possa fazer o pagamento com imóveis ou, até, dar os imóveis em garantia. São terrenos e galpões localizados em Joinville e em Araquari. Juntos, estes bens estão avaliados em R$ 45 milhões. A nova proposta deverá ficar pronta em até 60 dias, mas também poderá demorar mais. Nesta situação, a assembleia de credores, já marcada para 22 de novembro, poderá ficar comprometida.
A empresa também vai querer dispor de R$ 12 milhões originados de crédito junto à União. Neste caso, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou, em sentença liminar dada no dia 13 de outubro, que cabe ao juiz do processo de recuperação judicial remeter os recursos à companhia, explica o advogado. É com esse dinheiro que a Wetzel planeja pagar os ex-trabalhadores, que, no conjunto, têm aproximadamente R$ 7 milhões a receber – incluído o FGTS.
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Individualmente, o Banco do Brasil é o maior credor da Wetzel: tem a receber pelo menos R$ 18 milhões; a Bosch, outros R$ 3 milhões. Como a instituição financeira tem de avaliar, em comitês, o novo plano de recuperação a ser proposto pela metalúrgica, é absolutamente provável que uma decisão definitiva, com votação em assembleia de credores, fique para dezembro ou o primeiro bimestre de 2017.
O advogado da empresa faz contas e estima que o débito líquido total da Wetzel seja de R$ 65 milhões, e não de aproximadamente R$ 90 milhões, como consta dos autos. Alega haver deduções não anotadas.
Comparecimento à assembleia por classes de credores (em %):
Trabalhadores: 75,59
Quirografários: 77,84
Com garantia real: zero
Microempresa e empreendedor individual: 2,58
Vendas caem de novo
As vendas do comércio varejista catarinense tiveram queda de 4,1% em agosto, em relação ao mesmo mês de 2015, mostra a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada ontem, pelo IBGE. O mais prejudicado foi o segmento de livros, jornais, revistas e papelaria (-16,6%). Já os móveis tiveram a menor baixa: apenas 0,1%.
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A receita nominal cresceu 7,5%, mas, mesmo assim, ficou abaixo da inflação do período, de 8,97%. Nos últimos cinco meses, os números sempre mostraram recuo nas vendas, ainda que decrescente. Apesar destes números, há um começo de tímida trajetória de recuperação, avalia o economista da Fecomércio SC, Luciano Córdova.
– No acumulado de 12 meses (setembro 2015-agosto 2016), o indicador registrou tímida melhora, para -7,9% no acumulado; em julho, a variação havia sido de -8%. Então, há pequena perspectiva favorável, após dez meses consecutivos de aprofundamento da retração. A receita nominal voltou a subir depois de cinco meses. Alta foi de 3,4%.
Estimativa
Ao instituir o Programa Refis, a Fazenda do Estado pretende recuperar R$ 30 milhões em débitos de empresas localizadas nos municípios da região fiscal de Joinville, o que corresponde a 15% do valor previsto de arrecadação final dos convênios.
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Detalhe: embora na regional de Joinville as dívidas constituídas sejam de 24,5% do total do Estado, seu resultado na recuperação dos débitos alcançados pelos convênios Confaz está sendo estimado para os municípios da gerência de Joinville em torno de 15%. Isto acontece dada a peculiaridades setoriais das empresas.
A regional fazendária inclui Joinville, Araquari, Balneário Barra do Sul, Barra Velha, Corupá, Garuva, Guaramirim, Itapoá, Jaraguá do Sul, Massaranduba, São Francisco do Sul, São João do Itaperiú e Schroeder.
Meio bilhão
O BRDE contratou R$ 500 milhões em Santa Catarina até setembro e fecha os primeiros nove meses do ano com 2,9 mil novos clientes. A maior parte dos contratos veio de mini e pequenos produtores rurais, por meio dos agentes conveniados, como as cooperativas de crédito.
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Tudo muda
Do presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, em sua fala durante o Encontro Econômico Brasil-Alemanha, na cidade alemã de Weimar: “30% dos trabalhos hoje realizados não existiam há dez anos, e 65% das crianças de hoje vão trabalhar em atividades que não existem ainda”. Os dados são da pesquisa O Futuro do Trabalho, do Fórum Econômico Mundial.
Comportamento e finanças
Rubia Henning faz palestra nesta quarta-feira, na loja da Livrarias Curitiba do Shopping Mueller, em Joinville. Em pauta, características comportamentais e emocionais de cada pessoa e independência financeira. A abordagem trata de organização financeira; dinheiro como ferramenta evolutiva da sociedade.