A noite da última quinta-feira foi de reflexão e troca de conhecimento na Expoville, em Joinville. Empresários e executivos da região Norte participaram do CEO Fórum 2016, realizado pela Amcham Brasil. Daniel Scadian, da Madeira Madeira; Marcos Troyjo, da BriCLab; e Mário Neves, da RBS SC, falaram sobre o futuro, tecnologia, pessoas e negócios.

Continua depois da publicidade

Confira mais notícias de Joinville e região

Leia outras colunas de Claudio Loetz

Principais ideias

Pessoas e tecnologia

Continua depois da publicidade

Daniel Scadian, CEO da Madeira Madeira, faz, há sete anos, venda de materiais de construção e móveis via internet. A decisão deu tão certo que, cinco anos depois, em 2012, a empresa obteve recursos de três fundos de investimentos e desde então cresceu exponencialmente. Ele explica que o seu principal ativo é o modelo operacional adotado.

Surpreendeu a plateia ao dizer que um dos seus ganhos é não ter estoque algum e então conseguir entrega veloz dos produtos ao consumidor final. Isso é possível porque a Madeira Madeira estabelece forte suporte para atender bem aos clientes. E por causa da integração com os 170 fabricantes e as transportadoras, numa parceria intensa.

A empresa fatura R$ 180 milhões. O modelo de negócios está pensado para atingir

R$ 1 bilhão em 2021, segundo projeção. Atualmente, emprega 200 funcionários. O negócio surgiu numa pequena e simples casa, em São José dos Pinhais, no Paraná.

Uma das vantagens é a forma como atua na questão do fluxo de caixa.

A Madeira Madeira recebe à vista de seus clientes e paga os fornecedores com prazo de 60 dias. O empresário explicou a importância dada a dois fatores: pessoas e tecnologia.

Continua depois da publicidade

– Nossos pilares são pessoas e tecnologia. Escolhemos as pessoas pelo perfil e não pelo currículo ou experiência profissional. Em função desse nosso jeito de ser, buscamos gente com atitude, resiliência e paixão pelo que faz.

Talento para ter produtividade

Marcos Troyjo, diplomata, CEO do BRiCLab, da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, iniciou sua fala perguntando à plateia qual é o fator indispensável para que as pessoas fiquem mais ricas, as empresas mais lucrativas e as nações mais prósperas. A resposta: o talento, fator indispensável para aumento da produtividade.

Lembrou que o Brasil é onde mais se trabalha entre os 20 principais países do mundo. A Alemanha é onde menos tempo se trabalha por ano.

– Nem por isso somos prósperos. Somos uma sociedade com renda per capita de US$ 12 mil.

Troyjo avança: hoje, o talento não é mais originário da vocação. Hoje, o profissional tem de ir além, naquilo em que ele já é bom. Ele explica: a lógica é você dedicar 10 mil horas de sua atenção à habilidade que já tem, ainda quando se é bem jovem. Isso não mudou. O que mudou é que agora é muito mais rápido fazer isso, porque a tecnologia permite acesso ao conhecimento pela internet.

Continua depois da publicidade

O olhar em outra direção afirma que as empresas precisam encontrar novos focos, saindo de áreas declinantes para setores com expansão provável ou claramente percebidas. Como fizeram a Samsung e a Montblanc, exemplifica. Ambas transformaram seus negócios para se adaptar às novas tecnologias que chegaram.

– Diante da necessidade de se ajustar, é necessário usar os talentos para onde apontam os rumos da globalização – finaliza.

As pessoas são a essência

O presidente do Grupo RBS Santa Catarina, Mário Neves, relatou a experiência profissional na área de comunicação e listou crenças, principais ativos e desafios da companhia. O executivo enumerou o tripé da crença: 1) a comunicação é transformadora; 2) a empresa é especialista em SC; e 3) as pessoas são essenciais.

– O mundo mudou e as pessoas, mesmo aquelas que não são jornalistas, também são produtoras de notícias. Estamos fortemente conectados às comunidades. Campanhas como o Vote Consciente e Segurança SC são exemplos disso.

Continua depois da publicidade

— No nosso tipo de trabalho, o da comunicação, as pessoas são a essência. A tecnologia vem a reboque. Nossos colunistas são absolutamente independentes para expressar opinião. Claro, dentro de princípios éticos, dos quais não abrimos mão. Esse conjunto de atributos resulta na maior audiência no Estado que é a da RBS por todos os seus veículos. 400 mil pessoas nos leem diariamente. Há 3,4 milhões de telespectadores a cada dia. E 90% da população catarinense nos acompanha, via jornais, rádios, emissoras de TV.

Entre os desafios estão o que o executivo chamou de “vozes que surgem de fora”. Todos contam informações e a imprensa age como certificadora.

– Quem faz a pauta não é mais só o jornalista. São vozes das redes sociais, elas interagem, participam.

Sobre a venda dos negócios em SC para o Grupo NC, Neves disse que a nova marca será lançada após o Carnaval de 2017.

Continua depois da publicidade