A segurança pública não sai das preocupações de empresários, das lideranças políticas e da sociedade joinvilense em geral. Há mais de três anos, o tema está no centro das atenções da comunidade local. Quer em razão de aumento de assaltos a lojas, quer por haver roubos e assassinatos em quantidade inaceitável – e continuamente – ao longo de tantos e tantos meses. O assunto retornou à pauta, com o vigor necessário, no discurso de posse do novo presidente da Associação de Joinville e Região da Pequena, Micro e Média Empresa, a Ajorpeme. O empresário Célio Valcanaia foi ao ponto, em sua fala, na quinta-feira à noite:
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– A insegurança preocupa muito os nossos associados.
Embora curta e direta, a mensagem foi clara e compreendida rapidamente: à mesa principal, o vice-governador Eduardo Pinho Moreira ouviu o clamor, mais uma vez repetido. Sim. Joinville continua sua jornada junto ao governo do Estado por mais câmeras de segurança, e também por mais efetivo policial.
Na sua vez de falar, o prefeito Udo Döhler continuou no assunto:
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– Estamos num momento em que não basta reclamar, mais do que apenas nos deixar trabalhar. A hora é de enfrentamento. É preciso que continuemos o combate à criminalidade. E prometeu melhorar a segurança na cidade, com ampliação da Guarda Municipal.
O temor, já nem tão difuso assim, é o de que os fatos que acontecem no Espírito Santo e no Rio de Janeiro há meses ganhem amplitude para outras regiões do País. E, que, de alguma forma, cheguem a Joinville nas dimensões que forem, ainda que com todas as relativizações necessárias a se registrar aqui, neste espaço.
O maior perigo não está no que acontece no dia de hoje. O maior perigo é o que se denomina como percepção social. Significa dizer que a mais séria consequência da onda de criminalidade nacional (e local) é aquela que poderá gerar um desconforto coletivo na sociedade no curto e médio prazos.
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Evitar que a percepção de futuro seja negativa é a grande missão de autoridades que têm as responsabilidades de gerir a segurança pública e acalmar mentes e corações inquietos.
Em meio a esta sensação, houve lugar para amenidades no evento da Ajorpeme. O presidente Valcanaia e o ex-presidente Carlos Eduardo de Souza conversaram com o prefeito Udo Döhler e o vice-governador Eduardo Pinho Moreira, com sorrisos no rosto.
Mesmo assim, Valcanaia, na sua fala, ainda tocou em outros temas de interesse empresarial. Avisou que será, sim, contrário ao que o poder público fizer se não for bom para os donos de micro e pequenos negócios. A lembrança imediata é a metodologia nova do cálculo para a tarifa da Cosip. Para deixar tudo bem, uma no cravo e outra na ferradura: elogiou os esforços do município de Joinville e do Estado de Santa Catarina em suas batalhas pelo equilíbrio financeiro buscado por ambos.
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No campo da gestão empresarial, o novo presidente empossado anunciou novidades: a Ajorpeme fechou parceria com o Movimento Catarinense pela Excelência (MCE), de modo a permitir que as 2.200 empresas associadas à entidade possam usufruir de conhecimentos técnicos especializados e trocar ideias com expoentes em administração em variadas áreas das atividades que englobam a administração de qualquer empreendimento, independentemente de tipo, tamanho ou segmento.
Outras contundentes observações partiram do presidente da Federação das Associações das Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina (Fampesc), Alcides Andrade. A liderança estadual das microempresas dirigiu-se pessoalmente às autoridades políticas.
1. Cobrou da Prefeitura de Joinville regulamentação completa de legislação, para que empreendedores possam abrir seus negócios com mais rapidez;
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2. Ao senador Paulo Bauer, líder do PSDB no Senado, pediu por reformas estruturantes: a da Previdência e a trabalhista.
Udo Döhler não entrou na bola dividida em público. E Bauer reforçou a necessidade imperiosa de se promover as duas reformas. Aliás, reformas estas que deram seus primeiríssimos passos na quinta-feira em Brasília. Evidentemente, este é um jogo demorado, de idas e vindas, de pressões e contrapressões de variadas formas e grupos de interesses. Reformas virão.