O engenheiro Paulo Corsi vai deixar a presidência do Porto de São Francisco do Sul em março, após dez anos à frente da organização. O profissional, com 25 anos de experiência em atividades portuárias, vai partir para a iniciativa privada. Assumirá a direção de terminal privado em Itajaí.

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Responsável por 40% de toda a movimentação portuária catarinense, o Porto de São Francisco do Sul recebe 30% dos navios que atracam no Estado. Movimenta granel de exportação e de importação e carga geral. Setenta por cento da economia da cidade dependem do porto, que tem sete berços de atracação. Movimentou 13 milhões de toneladas em 2016. O porto encerrou o ano com aproximadamente R$ 100 milhões em caixa, o que assegura recursos para os investimentos em infraestrutura em 2017, estimados em R$ 85 milhões. No atual governo, o lucro aumentou 313% e foram investidos mais de R$ 80 milhões em infraestrutura, com recursos próprios no período.

Já a receita aumentou 88% para uma inflação de 45% nos últimos seis anos.

Em meio a inúmeras versões desencontradas para a mudança de comando, o administrador explica a sua decisão de mudar de posição no mercado nesta entrevista exclusiva.

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O senhor está deixando do comando do Porto de São Francisco do Sul. O que aconteceu?

Paulo Corsi – É prematuro falar sobre isso. Não foi nada oficializado.

O senhor não vai sair? Mas surgiram várias abordagens nos últimos dias – de gente externa ao porto – a esse respeito.

Corsi – Há muitas versões, muitas fofocas de todo tipo que correm por aí. Muita desinformação. E que não tem nenhuma relação com os fatos.

Por que o senhor está saindo?

Corsi – O fato real é que saio porque recebi convite da iniciativa privada para dirigir um terminal portuário.

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É de Itajaí?

Corsi – Sim, um terminal privado localizado em Itajaí.

Grande?

Corsi – Não é muito grande. Menor que o da APM Terminals.

O senhor já conversou com o governador Raimundo Colombo a respeito disso, naturalmente.

Corsi – Claro. Já conversamos, e expus as razões a ele. A indicação dos nomes que compõem a direção do Porto de São Francisco do Sul é do governador.

Fonte acreditada nos disse que o atual diretor de logística do porto deverá ocupar a presidência.

Corsi – Não sei. Isso é atribuição do governador.

Mas há uma transição. O tempo é curto…

Corsi – Sim, estamos em transição. O nome quem vai divulgar é o governador. Ele decide.

A mudança acontece quando?

Corsi – Estou na fase de transição. Devemos finalizar o processo em março. No próximo mês, devo estar na iniciativa privada. Um outro nome deverá assumir o posto daqui a três semanas, aproximadamente.

O senhor comanda o Porto de São Francisco do Sul há dez anos. Quais são as conquistas realizadas ao longo desse período?

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Corsi – São várias. Ter tornado o porto superavitário é uma delas. Conseguir manter o porto entre os oito maiores do Brasil em movimento de mercadorias, apesar de termos perdido a carga em contêineres, também.

Na infraestrutura, falta muito a se fazer?

Corsi – Fizemos a dragagem, aprofundando o calado. Também fizemos investimentos em outros aspectos. Inclusive em questões de licenças ambientais. Em 60 dias, estaremos na fase final de termos um novo gate, e o sistema de iluminação será melhorado, com oito novas torres de iluminação.

O que foi feito no ano passado?

Corsi – A dragagem de manutenção do canal de acesso do porto, fundamental para mantê-lo competitivo e capaz de receber os maiores navios que chegam à costa brasileira. Além disso, dando sequência a um plano de investimentos em tecnologia e segurança, implantamos um novo sistema de circuito fechado de TV. Cento e vinte câmeras foram instaladas para garantir a segurança dos trabalhadores, e a cobertura total da área interna e externa. Até março, passa a funcionar o novo controle de acesso de pessoas e veículos, que contempla novos torniquetes, leitores biométricos e detectores de metais para acesso à área operacional.

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O que o senhor lamenta não ter conseguido realizar?

Corsi – A construção do berço 401 não foi possível fazer. Aí, depende da União