Joinville está integrada à organização mundial Global Shapers e já é destaque, apesar de estrutura muito pequena em funcionamento na cidade. Nesta entrevista, as duas principais lideranças locais, Amanda Meyer da Luz e Bruno Kurtz, contam um pouco de suas ideias e de planos de atuação. A instituição é o braço jovem do Fórum Econômico Mundial.

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A Notícia – O que é Global Shapers?

Amanda Meyer da Luz – O movimento nasceu há aproximadamente cinco anos. Atualmente, reúne 6.200 pessoas, distribuídas por 437 lugares em todos os continentes. Surgiu com os jovens, que se manifestaram naquilo que se convencionou denominar Primavera Árabe, na Tunísia, e que se espalhou para outros países. À época, uma revolução contra as injustiças e o autoritarismo. A partir daí, os jovens fizeram eventos seguidos, via Facebook, com conexão global. Daí, ter se irradiado para a América do Sul também.

AN – Qual é a vinculação do movimento? Ele é parte de estrutura maior?

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Bruno Kurtz – É um movimento independente de orientação política e ideológica. É, sim, braço jovem do Fórum Econômico Mundial. Neste evento global, que se realiza anualmente no município de Davos, na Suíça, há debates sobre os principais assuntos contemporâneos. Isso acontece em paralelo ao encontro dos grandes líderes de países de todo o mundo, o tão conhecido Encontro de Davos, que reúne presidentes, ministros e tantas centenas de autoridades e especialistas.

AN – Quando nasceu em Joinville?

Amanda – A unidade de Joinville surgiu em 2015. E no ano passado já participamos do evento do organismo, na Suíça, onde nosso Projeto Politize! nas Escolas foi um dos mais reconhecidos. Este projeto está em funcionamento numa escola de Joinville. Pretendemos expandir a ideia para dez escolas. Dar voz e vez aos estudantes e inseri-los na prática da cidadania política.

AN – Quantas pessoas integram o Global Shapers em Joinville?

Amanda – Aqui, somos um grupo bem reduzido de jovens: cinco. Para se integrar ao movimento, o jovem tem de ter de 18 a 30 anos de idade e demonstrar liderança e vontade de se engajar em causas sociais, comunitárias e, principalmente, de empreendedorismo. A Global Shapers recomenda que cada hub tenha 20 membros. Alguns, nas maiores cidades, têm mais. Para o porte de Joinville, chegar a dez será o adequado. É a nossa meta.

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AN – Qual é o foco atual?

Amanda – O interesse é aumentar a participação feminina nos debates envolvendo assuntos da sociedade. O grupo de lideranças deve ser pequeno, mesmo. Porque a motivação não é política e sim de agregar conteúdos para dar dinamismo e procurar projetos com o objetivo de melhorar a cidade.

Bruno – O interesse é formar novas lideranças direcionadas a causas. Não meros encontros de caráter praticamente social. A construção do futuro passa pelos jovens. Temos essa compreensão. A ideia é unir pessoas e moldar um futuro mais promissor.

AN – Como se constitui o Global Shapers no Brasil?

Amanda – Não existe uma organização Global Shapers do Brasil. Há, sim, unidades, espalhadas por diferentes cidades brasileiras. Joinville foi a última a ser constituída. A organização tem braços em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Manaus, Porto Alegre, Curitiba, Florianópolis e Joinville.

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AN – Como os jovens podem ser selecionados?

Amanda – Há cinco vagas. Por enquanto, oito inscritos. O prazo é até 10 de fevereiro. Buscamos perfis empreendedores e até mesmo quem já está em outros ambientes associativistas e de geração de pensamento, inclusive de voluntariado.

AN – O que é prioridade de vocês agora?

Bruno – Queremos contatar personalidades da cidade, autoridades, para expormos ideias com o objetivo de disseminar conceitos e trocarmos ideias. Nós nos preocupamos com o futuro de Joinville. No momento, as nossas discussões se centram na área de educação. Tanto sob o aspecto de instrução formal – qualidade de ensino, formatos -, quanto também de formação de cidadãos, de incutir valores comportamentais.

AN – Como viabilizar isso?

Bruno – Queremos conversar com gestores de órgãos públicos, de grandes empresas, via Acij. Também consultar o Centro Integrado Empresa-escola (Ciee), além de educadores e planejadores. Queremos saber o que pensam e nos unir a eles.

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