O empresário Moacir Thomazi toma posse, nesta segunda-feira, para mais um ano na presidência da Associação Empresarial de Joinville (Acij). As maiores preocupações estão concentradas em três aspectos. Internamente, na elaboração de orçamento estruturado da entidade. No plano externo, a busca por soluções para a melhoria da mobilidade urbana. “Joinville vai parar”, diz o líder empresarial. A Acij ainda critica a lentidão na concessão dos licenciamentos ambientais por parte da Prefeitura. Mesmo assim, Thomazi acredita que a economia local vai crescer acima da média nacional.

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O senhor toma posse para mais um ano de mandato à frente da Associação Empresarial de Joinville. O que pretende fazer neste período?

Moacir Thomazi – Traçamos alguns objetivos para este período, junho de 2017-junho de 2018. Estamos mexendo em algumas coisas internamente. Estamos fazendo um orçamento estruturado. Não havia antes. Não há série histórica. Estamos vendo se temos controle de geração de caixa. Também vamos adaptar o organograma. O objetivo é redistribuir tarefas de acordo com as competências de cada um.

Na frente externa, que interesses tem a entidade?

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Thomazi – Sempre estamos atentos aos anseios da cidade. Naturalmente, continuaremos a fazer lobby pelas causas de infraestrutura, de melhorias para todos. Assim, lutamos por melhor mobilidade e conseguimos auxiliar na duplicação da avenida Santos Dumont, agora quase finalizada. Também as obras do eixo Hans Dieter Schmidt/Edgard Meister, na Zona Industrial, merecerão nossa atenção. A licitação está dada. De agora em diante, é pressão pelas obras.

O principal problema de Joinville é a segurança?

Thomazi – Sim. Isso nos preocupa muito. O que tem para fazer é continuar a pleitear junto ao governo do Estado. Sabemos que a tecnologia evoluiu muito e que ela ajuda a reduzir o problema. Mas, atualmente, temos menos efetivo policial do que há dez anos. Claro que também sabemos que o governo do Estado não tem dinheiro.

A mobilidade urbana é um drama. O trânsito está muito ruim. A situação provoca perda de produtividade. Como enxerga isso?

Thomazi – Joinville vai parar. Sentimos isso claramente. E a Acij já fez pedido específico ao governador Raimundo Colombo para a duplicação da avenida Almirante Jaceguay. Já conversamos com ele sobre o assunto. A duplicação daria ao município uma nova entrada. E desafogaria os congestionamentos na rua 15 de Novembro e na Ottokar Doerffel. Veja, a Jaceguay está praticamente toda já desapropriada. Restam poucos imóveis que ainda não foram.

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A LOT incomodou muito os empresários ao longo dos últimos três anos. Agora que a Lei de Ordenamento Territorial foi aprovada, e falta regulamentar pouquíssima coisa, qual é a sensação?

Thomazi – Queremos que se deixe como está, como foi aprovado e sancionado, por pelo menos dois anos. Para não se mexer mais. Achamos que é preciso compreender os efeitos da nova legislação por um bom tempo. E depois, se for o caso, reanalisar aspectos pontuais. Previsibilidade legal é necessária para os negócios.

E a crônica demora na concessão de licenciamentos para obras?

Thomazi – O prefeito fez um belo trabalho de informatização nos órgãos da Prefeitura. Udo controla tudo de seu aparelho celular. Pode verificar, em tempo real, o que acontece em cada secretaria. Mas é claro que estamos insatisfeitos com a demora na concessão dos licenciamentos. Essa é a nossa angústia. Independentemente de ser um projeto grande ou não, todos demoram mais do que deveriam.

Como anda a economia?

Thomazi – O nível de emprego melhorou. O Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) mostra isso. Só o setor da construção civil ainda não se recuperou bem. Joinville deve crescer acima da média nacional. No contexto geral, a inflação está controlada – e caindo. Os juros também estão descendo, e a balança comercial está superavitária.

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Na política, o governo Temer acabou?

Thomazi – Vejo com muita tristeza tudo isso que está acontecendo. Os escândalos, as denúncias da JBS. Parece-me que o menos traumático seria a renúncia de Temer. Mas, aí, assumiria o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia; com convocação de eleições indiretas. Aí, quem seriam os candidatos?

O senhor já foi presidente da Acij por três vezes. Outros empresários também comandaram a entidade por várias vezes. Inclusive o atual prefeito Udo Döhler. O que impede a renovação interna na entidade?

Thomazi – Nada impede a renovação na Acij. O problema é que as pessoas que poderiam ser convidadas não aceitam. Algumas nem aceitaram compor a diretoria. Outra questão: não há como não ter na diretoria representantes da Tigre, Tupy, Ciser, Schulz, Döhler, Embraco, Whirlpool, Docol. As grandes empresas precisam estar na diretoria. E a maioria dessas empresas não libera seus executivos para presidirem a Acij.

Neste ano, o senhor tem de comandar a sucessão na presidência.

Thomazi – Vou começar as conversas sobre minha sucessão já no próximo mês. Vamos ter de construir um nome.

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