Começa nesta quarta e vai até sexta-feira a 15ª Conferência Mundial de Ferramentarias, na Expoville, com a presença de lideranças de dezenas de empresas de 14 países. O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Ferramentarias e vice-presidente da associação mundial, Christian Dihlmann, traça um perfil das dificuldades e de perspectivas para o setor. Afirma que um dos maiores problemas é com relação à formação de mão de obra profissional.
Continua depois da publicidade
— A legislação impede que jovens menores de 18 anos trabalhem nas fábricas, e o ensino formal precisaria de um cunho mais prático — analisa Dihlmann.
O líder empresarial explica que a crise do segmento automotivo nacional dos últimos anos reduziu o número de ferramentarias em Joinville. São 350 empresas, e elas empregam 5 mil trabalhadores, com 25 mil em toda a cadeia produtiva. Há sete anos, havia 8 mil funcionários diretos, em 420 ferramentarias.
Outro fator que atrapalha os negócios é a maciça importação de moldes por parte das indústrias. A maior parte vem da China. O quadro se completa com a baixa competitividade e, em consequência, muitas empresas não conseguem investir. Dilhmann vai além: ¿O parque de máquinas nacional tem idade média de 17 anos e consome mais energia.¿ Mesmo diante de tantos desafios, o cenário poderá melhorar.
— Percebe-se isso porque há diversos projetos e orçamentos pedidos pelas montadoras. Sinal de que a retomada é possível.
Continua depois da publicidade
Leia mais colunas de Claudio Loetz.
Rota para o futuro
Um dos instrumentos que irá auxiliar o segmento é o Programa Inovar-auto, que vai acabar em dezembro, e o governo já anunciou que vai criar alternativa: virá aí o Programa Rota 2030. Terá sete pilares. Entre eles, desenvolvimento e pesquisa; eficiência energética, à semelhança do que vai perder validade. A melhoria da qualidade dos serviços das ferramentarias brasileiras é, também, objeto de atenção.
Nesse sentido, a Associação Brasileira da Indústria de Ferramentaria (Abinfer), a Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e outros organismos estão se reunindo para montar um projeto de certificação de indústrias na categoria world class. O custo estimado do projeto é de R$ 20 milhões e a iniciativa, se vingar, durará cinco anos.
No início, serão escolhidas três ferramentarias de Santa Catarina, três de São Paulo e outras três do Rio Grande do Sul. Adiante, o modelo poderá ser replicado para mais empreendimentos e ganhar capilaridade. Os parceiros para capacitação técnica deverão ser o Senai, pelo Brasil; e Instituto Fraunhofer, pela Alemanha.
Relatoria
O deputado estadual Darci de Matos (PSD) é o relator do projeto que transforma a gestão do porto público de São Francisco do Sul mediante criação de uma sociedade de propósito específico, uma SPE. O parlamentar pretende entregar seu relatório em julho.
Continua depois da publicidade
Pequenos contra
A Ajorpeme esteve na Comissão de Urbanismo, Obras, Serviços Públicos e Meio Ambiente da Câmara de Vereadores de Joinville. O presidente Célio Valcanaia posicionou-se contrário ao projeto de lei complementar 36/2017. O documento prevê que as empresas potencialmente poluidoras sejam obrigadas a ter um responsável técnico em meio ambiente em seu quadro funcional. – Somos totalmente a favor da proteção do meio ambiente, mas somos totalmente contra a aplicação do projeto, porque ele vai encarecer a vida das empresas, principalmente da micro e pequena empresa.
CNI destaca
A Confederação Nacional da Indústria e o Sebrae distinguiram indústrias com o prêmio nacional de inovação, uma iniciativa que valoriza negócios que apostam na inovação. A Whirlpool Latin America, de Joinville, ganhou com a tecnologia B.blend. Noutra frente, a Embraco foi eleita pela CNI para compor o livro Inovar é criar valor. A distinção reconhece a excelência do Wisemotion, primeiro compressor hermético sem óleo do mundo para aplicações domésticas.
CURTA
O tom
O tom do discurso do prefeito de Joinville, Udo Döhler, na posse da diretoria da Acij na noite de segunda-feira na Harmonia-Lyra foi quase todo de olho nas eleições de 2018. Em trecho fora do script oficial, afirmou: ¿É preciso adquirir a capacidade de ser votado. É preciso separar o joio do trigo.¿ Perguntado sobre desejo de ser candidato, Udo desconversou.