O presidente André Luis Wetzel da Silva está animado com as perspectivas de futuro da Wetzel S.A.. Ele acredita que os fornecedores vão retomar a entrega de insumos com a naturalidade de antes. Com o aumento de encomendas, certamente será necessário fazer mais investimentos e gerar empregos adicionais. A seguir, os principais trechos de entrevista, feita logo após a confirmação da aprovação do plano.

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A Notícia – A Wetzel passa por dificuldades financeiras há aproximadamente dez anos. Que análise faz da situação?

André Luis Wetzel da Silva – É verdade. Ao longo de dez anos, aproximadamente,enfrentamos muitas e profundas mudanças. Inclusive houve a sucessão no comando. O comando estava com Norberto Cubas da Silva; e eu assumi oficialmente a presidência em 2012. Fomos afetados seriamente no setor automotivo. Como tantas outras do setor de autopeças. Este mercado encolheu.

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AN – Desde a crise generalizada de 2008-2010, em diante…

André – Igualmente, todos os fornecedores de autopeças sofreram impacto com a diminuição de negócios para o segmento de caminhões. Em 2011, as exigências de utilizar padrões e tecnologia Euro 5, de menor emissão de poluentes, obrigou a mudanças de conceito e de absorção de tecnologias inovadoras. Isso resultou em aumento de custos para se adaptar.

AN – A Wetzel atua em três áreas: alumínio, ferro e eletrotécnica. Como vê o ambiente de negócios?

André – As fundições de ferro e alumínio estão bastante vinculadas a clientes do setor automobilístico. Já a eletrotécnica atende a clientes da construção civil e de infraestrutura, em geral. Como sabemos, estes setores tiveram redução de atividades ao longo dos últimos anos.

AN – O que a empresa está fazendo de diferente para ganhar mercado?

André – Estamos adequando os produtos à tecnologia LED na área de eletrotécnica.

AN – Com relação ao plano de recuperação judicial aprovado, haverá mais investimentos e criação de empregos?

André – Certamente, a aprovação do plano vai permitir que surjam novos negócios. Vários clientes só esperavam pelo resultado da assembleia para confirmar novos contratos. Estamos com moldes aprovados por montadoras. Traremos mais receitas com negócios com a Mercedes-Benz, Scania, Volvo, no segmento de caminhões.

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AN – Como foi o desempenho nos cinco primeiros meses de 2017?

André – Atualmente, temos 900 trabalhadores. Faturamos, no ano passado, ao redor de R$ 160 milhões. Nos primeiros cinco meses de 2017, estamos mantendo o ritmo do segundo semestre de 2016. Neste ano, junho já está melhor do que em meses anteriores.

AN – E novos investimentos?

André – Precisamos investir em máquinas injetoras de maior porte para atender a sistemistas da indústria automotiva. Também vamos investir no aumento de capacidade de produção na fábrica de alumínio. Na fundição de ferro já há investimentos em ligas especiais. Os futuros investimentos serão proporcionais à demanda e à capacidade de recursos financeiros que tivermos.

AN – Houve assembleias em quatro datas, até se conseguir aprovar o plano. O senhor temeu ver o plano de recuperação rejeitado e a empresa ir à falência?André – Não. Em nenhum momento temi não conseguir a aprovação do plano.