Bruno Gruner, 22 anos, aluno do Senai de Jaraguá do Sul, é o melhor do mundo na ocupação de polimecânica e automação. Com mais quatro medalhas de excelência, destacou-se com o melhor desempenho catarinense no torneio global de profissões, realizado em Abu Dhabi. O Brasil ficou em segundo em número de pontos na competição mundial. Bruno não se considera um líder, mas sabe agir bem em equipe e reúne características que o impulsionam.
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– Saber se adaptar e lidar com a pressão são fundamentais – ensina o estudante, que quer ser professor.
Confira a entrevista:
Fale um pouco de você.
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Bruno Gruner — Me formei no curso técnico em mecânica em 2012, iniciei curso de tecnologia em fabricação mecânica em 2013, mas não concluí para poder me dedicar mais aos treinamentos. Venci a etapa estadual em 2015 e a etapa nacional em 2016. E, agora, mundial em 2017. Vivi grande parte da minha vida no interior, em São João do Itaperiú. Hoje moro em Jaraguá, mas meus pais ainda moram lá: minha mãe trabalha na Prefeitura e meu pai é técnico agrícola. Com 17 anos, saí de casa e vim morar em Jaraguá para estudar e trabalhar.
Ganhar medalha de ouro numa competição mundial de estudantes significa ser o mais qualificado?
Bruno — A medalha de ouro significa que fui muito bem preparado por uma excelente equipe, e o que me diferencia são a tranquilidade, a facilidade de aprendizado e a dedicação. Toda essa experiência da competição é uma coisa única, que só quem viver vai poder entender tudo isso. É uma coisa que nos faz crescer pessoal e profissionalmente, com certeza.
O que o diferencia dos demais?
Bruno — Eu não conquistei essa medalha sozinho, tem uma grande equipe por trás disso. Essa equipe é a diferença. Eu não sei se tem alguma coisa que me diferencie dos outros; não sei se tenho alguma coisa especial.
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Quais são suas características de comportamento como aluno? (Dedicação? Rapidez de raciocínio? Raciocínio lógico? Habilidades com números? Persistência?)
Bruno — Na minha área — tecnológica —, a rapidez de raciocínio, a habilidade e a facilidade com números ajudam muito, mas, como em todas as áreas, para chegar onde cheguei, é preciso ter muita dedicação e gostar muito do que está fazendo.
Você sempre foi aluno nota 10 na escola?
Bruno — Não era nota 10 em todas as matérias, mas sempre fui um aluno com as melhores notas em algumas matérias, principalmente em exatas. Para participar, e se sair bem em uma competição dessas, é muito importante, repito, ser dedicado e gostar muito do que faz. Também saber se adaptar a situações, ter bom comportamento psicológico e saber lidar com toda essa pressão de uma competição mundial, mantendo a estabilidade para que possa pôr em prática tudo que foi aprendido. Tem várias características que precisa haver num competidor. E, claro, tem que ter maior facilidade para aprender.
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Trabalhar em equipe é um aprendizado. Você é líder dentro de um grupo?
Bruno — Acho que não tenho muito perfil de líder, mais consigo trabalhar bem em equipe.
Já tem ideia do que quer fazer profissionalmente?
Bruno — Por enquanto, pretendo continuar no Senai como professor e terminar a faculdade. Não pensei muito no futuro, vamos ver as oportunidades que vão surgindo.
Sua área de conhecimento e estudo é fundamentalmente técnica. Considera importante também formação em humanidades para enxergar o mundo?
Bruno — Sim, considero importante. Durante o treinamento, passamos pelo processo de coaching, com o qual trabalhamos muito a parte psicológica.
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Conte a experiência da competição. O que traz consigo para a vida a partir dessa vitória?
Bruno — A experiência da competição é uma coisa única. Estar entre os melhores do mundo, tendo contato com as melhores tecnologias, me fez aprender muito e, agora, essa experiência eu pretendo passar adiante para que possamos estar no alto do pódio na próxima competição com o próximo aluno.
No que o Senai auxiliou para essa conquista?
Bruno — O Senai me fez como sou hoje, deu todo apoio durante todo o treinamento e, como já comentei, não ganhei essa medalha sozinho. Todo o processo depende de uma ótima equipe, e essa equipe é o Senai.
Ter sucesso tão grande, tão cedo na vida o inspira para outras jornadas? Qual é seu próximo desafio
Bruno — Acho que minha jornada não termina aqui como campeão. Pelo contrário, agora o desafio é levar outro competidor ao pódio e ainda mostrar para a sociedade o quão importante é a formação técnica, trazendo os jovens para a excelência, como aconteceu comigo.
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Ao se formar, pretende empreender algum negócio próprio?
Bruno — Em princípio, pretendo continuar como professor, mas a longo prazo não sei o que pode aparecer de oportunidade. Não parei para pensar. Mas sei também que com a medalha podem surgir novas oportunidades e vou poder decidir o meu futuro.