Depois de duas secas consecutivas, Rolf Rothbarth se viu obrigado a largar a agricultura em São Jorge do Oeste, no Sudoeste do Paraná. Endividado, há 13 anos vendeu suas terras, guardou parte do dinheiro para a faculdade das filhas e seguiu para Garuva, no Norte de Santa Catarina. Foi na produção e venda de bananas, principal cultura da cidade, que conseguiu se reerguer. Assim como ele, pelo menos outras 300 pessoas de sua região seguiram o mesmo caminho em busca de uma vida melhor.

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Hoje, Garuva é o segundo município mais receptivo do Norte. Dos 14.761 habitantes, 4.897, ou seja, 33,17% são de pessoas nascidas fora de Santa Catarina. Rolf, que atualmente é presidente da Associação dos Produtores Rurais da cidade, acredita que o fluxo migratório cresce porque Garuva é “um lugar de muitas oportunidades”.

Para Rolf, um dos atrativos do município é sua posição estratégica. Além de dividir Santa Catarina e Paraná, fica a apenas 38 quilômetros de Joinville e 70 quilômetros de Curitiba. Também é vizinha de Itapoá, onde um moderno porto recentemente completou um ano de operação.

– Vivo em uma fazenda, com minha mulher Noeli, a dois quilômetros da cidade, mas com asfalto na porta de casa. É muito bom o ar puro, a abundância de água, o povo pacato. Além de tudo, quando quero visitar minhas filhas, rapidamente estou em Curitiba. Me sinto privilegiado – define.

Ainda há a tendência que Garuva atraia ainda mais gente em médio prazo: em abril, a fabricante de tratores coreana LS Mtron formalizou a intenção de instalar uma indústria na cidade. A projeção é de abrir 400 vagas de emprego até 2020.

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– Não há um trabalhador desempregado em Garuva. Me lembro de quando cheguei aqui. Comecei fazendo frete de bananas para o Rio de Janeiro. Ainda produzo e vendo para o mesmo comprador, mas hoje tenho dificuldades em contratar funcionários, pois já falta mão de obra.