O UCI Gran Fondo Word Series Brasil 2025 chega à sua terceira edição em Santa Catarina, no dia 9 de novembro. Apesar de se tornar uma competição tradicional no calendário do esporte brasileiro, o local de largada ainda não está definido, mesmo restando menos de cinco meses.
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Entenda por que ainda não foi definida a cidade de largada
A edição de 2025 enfrenta incertezas. A Prefeitura de Pomerode perdeu o prazo para assinar o termo de compromisso como cidade-sede, além de não formalizar a cessão do espaço urbano, as autorizações locais e o pagamento da taxa internacional exigida pela UCI, requisitos obrigatórios para manter a cidade como ponto de largada e chegada, que é o principal entrave.
A previsão era resolver as pendências até março, mas com o atraso, a organização do evento estipulou um novo prazo técnico: 10 de junho.
Com isso, o município, que já virou marca registrada do UCI Gran Fondo World Series, pode deixar de ser o ponto de partida e causar um impacto financeiro para o turismo e comércio da cidade no fim do ano.
Confira fotos da última edição do UCI Gran Fondo Brasil em Pomerode:
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— Por Pomerode, o evento acontece. Estamos tentando resolver da melhor forma e com agilidade para liberar esse valor. A cidade está contribuindo com o local e com uma verba de R$ 300 mil (para estrutura) […] Acredito que até agosto acontece a abertura das licitações. Quanto a taxa internacional, se a organização do evento entende que nós temos que pagar, infelizmente, está em cheque acontecer em Pomerode. Temos um orçamento para respeitar — afirmou o secretário.
Em entrevista ao NSC Total, o secretário de Esportes de Pomerode, Célio Schlingmann, explicou que há uma verba de emenda parlamentar disponível, desde 2023, que seria usada para a estrutura necessária para sediar o evento. Porém, esse recurso tem validade até setembro deste ano, por isso o município prorrogará o prazo para que possa ser utilizado após a data do Gran Fondo, marcada para novembro. A prefeitura está se mobilizando para lançar o edital de licitação dos serviços necessários à realização do evento, que seriam pagos com esta verba.
Segundo a Prefeitura, a Secretaria de Turismo do Estado (SETUR) havia confirmado para a organização do evento o repasse de recursos no valor de R$ 500 mil, que seriam usados para o pagamento da taxa internacional, que custa cerca de R$ 380 mil, mas, de acordo com o município, acabou recuando da decisão quando questionada pelo poder municipal.
Quem deve pagar a taxa?
A organização do UCI Gran Fondo 2025 afirma que a responsabilidade de pagar a taxa é do município que recebe o evento, conforme aconteceu nas últimas duas edições em Pomerode. Com isso, o local de chegada da prova segue em aberto.
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Além disso, informou que a emenda parlamentar foi obtida graças a uma parceria entre a antiga gestão municipal e os organizadores do evento.
Segundo a Secretaria de Turismo (Setur), até o momento, não houve nenhum pedido formal de repasse financeiro para o evento. A pasta acredita que, por se tratar de uma competição marcada apenas para novembro, uma solicitação pode surgir mais próximo da data.
Já a Prefeitura de Pomerode afirmou que não pretende solicitar apoio, alegando que outros eventos realizados na cidade também não recebem esse tipo de ajuda do poder público.
— É um evento muito importante. Mas, às vezes, o valor envolvido pesa, e o prefeito tem priorizado investimentos em áreas como educação, saúde e mobilidade urbana, que ainda demandam bastante. É uma nova gestão. Algumas ações da administração anterior contavam com mais recursos livres e menos restrições. Já este ano estamos adotando uma postura de maior austeridade, justamente para focar nesses setores essenciais — explicou o secretário de Turismo de Pomerode, Manfredo Zmazek Goede.
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A Fundação Catarinense de Esporte também foi procurada pela equipe de reportagem, e informou que nenhum repasse foi feito ou solicitado pela Prefeitura de Pomerode para o evento.
Diante disso, outras prefeituras da região demonstraram interesse em sediar a prova, como Timbó — destacada pela estrutura hoteleira e cultura ciclística — e Rio dos Cedros.
Impacto financeiro para o turismo e comércio da região do UCI Gran Fondo
Tradicionalmente realizada em novembro, no Vale Europeu, a prova reúne atletas de mais de 11 países, que percorrem seis cidades da região. Até agora, Pomerode tem sido o ponto de largada e chegada, com um impacto significativo na economia local. Segundo a organização, o evento movimenta mais de R$ 10 milhões na cidade, com gastos em hospedagem, alimentação, comércio e exposição midiática.
— Normalmente, o atleta traz duas pessoas com ele, segundo dados da Secretaria Estadual de Turismo, e permanece, em média, três dias na cidade. Já os estrangeiros costumam ficar cinco dias. Só com hospedagem, que custa cerca de R$ 400, e alimentação, por volta de R$ 200, já ultrapassamos os R$ 6 milhões. No ano passado, tivemos 1,2 mil atletas inscritos e este ano esperamos 2 mil, sem contar o público regional que vai prestigiar o evento, que foi de aproximadamente 2 mil pessoas na última edição. Considerando também os municípios vizinhos, o impacto financeiro pode chegar a R$ 20 milhões — afirmou ao NSC Total o organizador do UCI Gran Fondo 2025, Juliano Salvadori.
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O comércio local também sente os efeitos do evento. Cassiano Motta, gerente de eventos da Cervejaria Schornstein, patrocinadora do Gran Fondo nas últimas edições, relatou que tanto o bar quanto a loja de fábrica, localizados próximos aos estandes montados para a prova, registram um aumento de cerca de 40% no fluxo de clientes durante o fim de semana do evento em comparação com os demais.
— O impacto é muito forte. Não vêm apenas os participantes, mas também seus familiares. E quando alguém vem sozinho, costuma se encantar com a cidade e voltar depois. Normalmente ficam dois ou três dias, o que eleva bastante o ticket médio. Do ponto de vista empresarial, defendemos e gostaríamos de ver mais eventos esportivos desse porte, como o Gran Fondo, sendo realizados em Pomerode — destacou Frank Utech, diretor do Grupo Casarão de Hospedagem, rede de pousadas e hotéis no município.
Como funciona o UCI Gran Fondo World Series Brasil
A competição classifica ciclistas para o Campeonato Mundial de Gran Fondo e de Medio Fondo da UCI, marcado para acontecer em Niseko, no Japão, em 2026. Os 20% melhores colocados de cada faixa etária, em ambas as distâncias, garantem vaga para o Mundial. A prova será realizada no dia 9 de novembro, com expectativa de reunir até 2 mil ciclistas amadores e profissionais, entre 19 e 89 anos. A competição segue o mesmo modelo das edições anteriores.
O evento contará com dois percursos de ciclismo de estrada. O Gran Fondo terá 120 quilômetros com 1.140 metros de altimetria acumulada. Já o Medio Fondo terá 80 quilômetros e cerca de 600 metros de subidas. A largada e chegada das últimas edições aconteceram no Centro Cultural de Pomerode, onde foi montada uma arena com feira de expositores, alimentação e apresentações culturais.
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Além das categorias classificatórias por idade, a edição de 2025 também manterá a categoria Open, voltada a quem deseja apenas participar da experiência sem competir por qualificação. A estrutura do evento inclui pontos de apoio com hidratação, alimentos e suporte mecânico durante o trajeto. Mais detalhes estão disponíveis no site oficial do evento.
Gran Fondo 120 quilômetros
- 19 – 34 anos, masculino e feminino
- 35 – 39 anos, masculino e feminino
- 40 – 44 anos, masculino e feminino
- 45 – 49 anos, masculino e feminino
- 50 – 54 anos, masculino
- 55 – 59 anos, masculino
Medio Fondo 80 quilômetros
- 50 – 54 anos, feminino
- 55 – 59 anos, feminino
- 60 – 64 anos, masculino e feminino
- 65 – 69 anos, masculino e feminino
- 70 – 74 anos, masculino e feminino
- 75 – 79 anos, masculino e feminino
- 80 anos acima masculino e feminino
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