Apesar de o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, garantir que não há irregularidades na pasta, um lobista chamado Júlio Fróes estaria operando dentro do ministério. Conforme a revista Veja desta semana, ele tem acesso liberado à entrada privativa do ministério e usa uma sala com computador, telefone e secretária na sobreloja do prédio, onde está instalada a Comissão de Licitação – repartição que elabora as concorrências que, só neste ano, deverá liberar R$ 1,5 bilhão da pasta.

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No escritório, Fróes estaria preparando editais, analisando processos de licitação e cuidando dos interesses de empresas que concorrem às verbas. No ano passado, acompanhado pelo secretário executivo, Milton Ortolan – braço direito do ministro Wagner Rossi -, se instalou pela primeira vez na sala para redigir um documento que justificava a contratação dos serviços da Fundação São Paulo (Fundasp), mantenedora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Conforme a revista, Rossi autorizou a contratação da entidade, sem licitação, com pagamentos de R$ 9 milhões. Meses mais tarde, o lobista convocou uma reunião com funcionários que o haviam auxiliado na elaboração do documento. De acordo com a publicação, cada servidor recebeu uma pasta contendo dinheiro.

Ainda segundo a Veja, Fróes também se apresenta como representante do ministério.

Servidores relatam na reportagem que, em certa ocasião, ele relatou como pediu uma “gratificação” de 10% aos donos de uma gráfica – a Gráfica Brasil – em troca da renovação de um contrato com o ministério. Ele assegurou ter agido assim por instrução de Milton Ortolan.

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À revista, Fróes afirmou conhecer Rossi e Ortolan, mas negou frequentar o prédio do ministério. Sentindo-se acuado, agrediu o jornalista Rodrigo Rangel, da Veja, e se apoderou de seu bloco de anotações. O repórter registrou boletim de ocorrência.

Ortolan negou ser amigo de Fróes. Rossi afirmou que o “cumprimentou uma vez”, em 2010.