Sujeira e lixo nas calçadas. Esta é a situação nas cidades de Palhoça e Biguaçu desde quinta-feira, quando os cerca de 40 trabalhadores da Proactiva – empresa responsável pela coleta nos municípios – entraram em greve. As prefeituras colocaram caminhões próprios para recolher o lixo, porém o número é insuficiente para atender a demanda: juntas, as cidades produzem cerca de 220 toneladas de resíduos por dia.

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No bairro Brejaru, em Palhoça, é tanto lixo espalhado nas calçadas que a população usou a criatividade e pendurou um carrinho em um muro para evitar mais sujeira. Segundo o morador Luís Carlos, desde sexta a coleta não passa no bairro, nem mesmo um caminhão da Prefeitura. Na Pedra Branca, um caminhão realizou a coleta no último sábado, porém o volume já era grande na segunda-feira.

Impasse na negociação

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A Proactiva garante que está respeitando as cláusulas da convenção entre os sindicatos patronais e dos trabalhadores realizada em 1º de março, porém a principal discussão ficou por conta do vale-alimentação. Os coletores querem passar a receber o vale-alimentação no mesmo valor que os motoristas, R$ 18 por dia. Atualmente a empresa mantém restaurantes conveniados em que os funcionários podem fazer as refeições, porém eles reclamam da qualidade.

Na última sexta-feira, dia 06, foi realizada uma audiência na Superintendência do Ministério do Trabalho, mas não houve acordo.

Enquanto impasse é resolvido na Justiça, lixo se acumula nas ruas

Foto: Diórgenes Pandini/ Agência RBS

Segundo o assessor jurídico do Sindicato dos Trabalhadores dos Empregados Privados de Limpeza Urbana no Estado de Santa Catarina (Sinteplu-SC), Arnaldo Camargo de Freitas, os funcionários estão abertos para negociação, porém querem garantias que não serão demitidos após o fim da greve e que os dias parados não serão descontados:

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– Protocolamos um pedido de nova mediação no Ministério Público do Trabalho, já que a empresa não nos chamou novamente para conversar – disse Freitas.

Por meio da assessoria de comunicação, a Proactiva informou que entrou na Justiça do Trabalho na manhã desta segunda-feira contra a greve dos funcionários, pois considera ilegal. A empresa ressaltou que os grevistas não respeitaram o prazo legal de informar a greve com 72 horas de antecedência, além de estarem impedindo os funcionários que não aderiram ao movimento de tirarem os caminhões do pátio.

A empresa ainda informou que não irá dar garantias de emprego ou pagamento dos dias parados, justamente por considerar a greve ilegal.

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