A poucos metros do Dique da Fortaleza, as margens do ribeirão de mesmo nome estão sendo transformadas em depósito de lixo. O terreno, cortado por uma estrada asfaltada hoje em desuso, dá acesso à Rua Fritz Spernau, e ao longo do caminho o que se vê são amontados de entulho em meio à mata ciliar.

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Encontra-se lixo de todo tipo: restos de móveis em madeira, grandes pedaços de espelho e até a carcaça de um bebedouro em metal. Há vários montes com sobras de materiais de construção, como tijolo e concreto. Em um trecho inclusive se pode sentir o mau-cheiro de lixo em decomposição.

Poucos parecem se importar, mas logo ao lado corre o ribeirão Fortaleza, que ajuda a escoar a água da chuva. Com ele obstruído, é grande o risco de alagamentos em dias de temporais. A Defesa Civil confirma o acúmulo de lixo e diz que ele se repete ao longo do ribeirão, até que todo o material acaba se concentrando nas grades de proteção do dique.

Rolf Koegler é líder comunitário no bairro e conta que há alguns anos houve uma campanha entre os moradores para que não jogassem lixo às margens do ribeirão. Segundo ele, de início o projeto mostrou resultados, até que os alertas foram novamente esquecidos:

– Nesse caso é o próprio povo quem faz o problema.

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::: E agora?

O diretor de Defesa Civil, Adriano da Cunha, afirma que, por causa do lixo que é lançado ao longo do ribeirão, a cada dois dias tem de se fazer a limpeza das grades de proteção do dique. Ele diz que são espantosas a quantidade e a variedade do que é retirado dali, a ponto de encher um caminhão a cada trabalho.

Também preocupa, conta o diretor, o fato de o material acumulado poder represar a água. Com isso, em dias de chuvas fortes, como as que costumam ocorrer nesta época do ano, o nível do ribeirão aumenta rapidamente. Cunha pede que os moradores não joguem mais lixo no local, até porque o prejuízo será maior para eles mesmos.