Depois das duas toneladas de lixo recolhidas da Avenida Hercílio Luz em Florianópolis no último sábado (10), os moradores e comerciantes da região afirmam que a ocorrência não foi um caso isolado. Donos de bares da avenida relatam que os problemas começam após o fechamento do comércio e que não têm como controlar as milhares de pessoas que se aglomeram em frente ao Instituto Estadual de Educação (IEE).

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No último sábado, a Companhia de Melhoramentos da Capital (Comcap) promoveu uma operação das 7h30 às 11h15 para recolher papéis, garrafas e plásticos jogados no chão.

Segundo o aposentado José Joaquim Dutra, no domingo, o problema se repetiu.

— O lixo é jogado na frente do Instituto Estadual de Educação. Tava pior do que quando jogam lixo no mar e a gente puxa com a rede. Tem também o barulho, lá não tem morador, mas quem mora perto sente – contou.

Joaquim, de azul, diz que o problema tem sido frequente
Joaquim, de azul, diz que o problema tem sido frequente (Foto: Juliana Gomes/ CBN Diário)

A diretora de Operações da Comcap Nilda de Oliveira explicou que além do lixo produzido pelos frequentadores do local, o problema se agrava porque os comerciantes não têm contentores adequados para recolhimento.

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Conforme o comerciante Marcos Aurélio Rosa, os estabelecimentos seguem as normas municipais.

— Todo dia quando a gente fecha o bar, a gente faz a limpeza. A gente varre e limpa tudo, recolhe o lixo e guarda no lugar adequado – relatou.

Segundo o morador Munir Nunes, a aglomeração de pessoas impede até o tráfego de veículo.

— Cinco mil pessoas se juntam ali e os bares não dão conta de atender todo esse público. Eles trazem gelo, bebidas alcoólicos e energéticos. Tem mais umas barracas que se formam lá na frente para vender espetinho, bebida sem licença – afirmou.

Munir Nunes diz que nunca houve tanto lixo no local como no sábado
Munir Nunes diz que nunca houve tanto lixo no local como no sábado (Foto: Juliana Gomes/CBN Diário)

Para Nunes, a situação onera até o município, em função do número de coletores que precisam ser acionados para atender a região.

— A Guarda Municipal não tem como tomar conta daquilo, eles não têm culpa, nem a Polícia Militar dá conta. A prefeitura é obrigada a mandar garis para limpar aquilo lá, ocupa 15 garis que poderiam fazer outros trabalhos para a comunidade. Nunca vi uma coisa tão horrorosa quanto aquilo ali – relatou.

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Nesta terça-feira (13), haverá uma reunião às 16h, na sede do MP, com a Guarda Municipal de Florianópolis (GMF) e outras entidades para tratar do assunto e estabelecer um protocolo de ação para resolver o problema.