Segmento há muito tempo consolidado no Exterior, os livros criados a partir do universo dos games começam a ganhar força no Brasil.
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Somente em 2012, pelo menos nove títulos derivados de franquias famosas dos jogos eletrônicos chegaram às prateleiras, lançados por gigantes do mercado editorial. E as apostas devem continuar em 2013.
Uma das primeiras a tentar a sorte nesse nicho foi a Record, que no final de 2011 lançou Assassin’s Creed – Renascença. Baseada no segundo jogo da popular série de games, a adaptação do roteiro original feita pelo escritor Oliver Bowden foi tão bem recebida pelo público que a editora comprou os direitos de outros três livros da saga – todos publicados este ano.
– Livros tie-in (derivados de outros produtos) já existem há algum tempo, mas acho que faltava algo tão bem amarrado e, ao mesmo tempo, tão popular quanto Assassin’s Creed. O resultado é que contabilizamos cerca de 450 mil exemplares vendidos dos três primeiros volumes, e o quarto acabou de ser lançado – diz Ana Lima, editora-executiva da Galera Record, o selo jovem do grupo editorial.
Animada com o sucesso de Assassin’s Creed, a Record aproveitou para lançar romances derivados de Battlefield 3, Diablo 3 e World of Warcraft – os dois últimos, no mercado há pouco mais de um mês, já venderam 40 mil exemplares. Os bons números atraíram outras editoras, como a Planeta, que publicou no final de novembro Halo: Cryptum – A Saga dos Forerunners.
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– Sabemos que não existe uma cultura forte de livros baseados em games no Brasil, mas sabemos também que o público, principalmente jovem, adora os games e é fiel. Por isso resolvemos investir – explica Soraia Reis, diretora editorial da Planeta, avaliando que o livro, apesar do pouco tempo em exposição, está sendo bem aceito pelo mercado.
Além da Record e da Planeta, mais outras duas editoras de porte decidiram entrar no jogo este ano: a Benvirá publicou Uncharted – O Quarto Labirinto, enquanto a portuguesa Leya lançou, em novembro, a adaptação do fenômeno God of War. Tradutora deste último, a jornalista especializada em cultura pop Flávia Gasi acredita que, no próximo ano, os videogames devem se proliferar nas prateleiras das livrarias:
– De adaptações de roteiros a textos mais jornalísticos e narrativas originais, veremos ainda mais obras baseadas em games em 2013.
Não precisa ser jogador
Personagens e cenários descritos nas adaptações de games soam familiares para os iniciados. Mas isso não invalida a experiência de leitura de quem nunca jogou o game em questão.
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– O que importa é uma boa história. Talvez jogos com panos de fundo mais alternativos sejam mais difíceis de serem reconhecíveis pelos leitores em geral, mas isso acontece com qualquer tipo de literatura – opina Flávia Gasi, tradutora do livro baseado no game God of War.
Para Ana Lima, editora-executiva da Galera Record, o objetivo é sempre alcançar o máximo possível de leitores:
– Muitos fãs da coleção nos escrevem dizendo que Assassin’s Creed – Renascença foi o primeiro romance que leram e agora estão interessados em outros livros de fantasia, aventura ou romance histórico. Alguns leitores já ouviram falar dos jogos, mas não são jogadores.