Paulo Leminski (1944 – 1989) não viveu para ver a maior antologia da sua obra contrariar, de uma só vez, uma velha e persistente máxima do mercado editorial: a de que poesia não vende. No caso de Leminski, parece que vende, sim, e muito.

Continua depois da publicidade

Esta semana, o livro Toda Poesia, um calhamaço de 424 páginas que reúne 600 poemas do autor curitibano, foi parar no topo da lista dos títulos mais vendidos pela Livraria Cultura, uma das maiores do país. O volume reúne pela primeira vez toda a poesia já publicada de Leminski.

Não bastasse o feito de ter assumido a ponta do ranking, que por si só já seria extraordinário, a ascensão da obra ainda derrubou da liderança a trilogia de E. L. James (Cinquenta Tons de Cinza, Cinquenta Tons de Liberdade e Cinquenta Tons Mais Escuros), que há mais de um ano dominava a primeira posição da lista. Além disso, o livro de Leminski é o mais caro (R$ 46) entre os 10 mais vendidos pelo site da livraria, provando não apenas que poesia vende, mas que vende até quando está fora da promoção.

Paulo Leminski nasceu em Curitiba, em 24 de agosto de 1944, e tornou-se um dos mais importantes nomes da poesia brasileira do século 20. Seu trabalho é marcado pela influência da cultura oriental – tanto em sua prolífica produção de haicais, os pequenos poemas japoneses de três linhas, quanto em sua paixão pelo judô, esporte no qual era faixa preta.

Continua depois da publicidade

Toda Poesia, Paulo Leminski.

Editora Companhia das Letras, 424 p., R$ 46