Vários líderes europeus se reúnem nesta sexta-feira em Vilna para celebrar com a Lituânia o centenário da independência recuperada ao final da I Guerra Mundial, em um contexto de tensões com a vizinha Rússia.

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“Os lituanos percorreram um longo caminho no último século”, afirmou o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, na quinta-feira.

“Graças a eles, a Lituânia é agora um Estado moderno e democrático, que merece seu lugar no coração da nossa União Europeia”, completou.

Membro da Otan, da União Europeia (UE) e da zona do euro, o país báltico de 2,8 milhões de habitantes está firmemente ancorado no Ocidente, “protegido e respeitado como nunca”, nas palavras de sua presidente, Dalia Grybauskaite.

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A economia registrou um crescimento sólido de 3,9% em 2017, mas ainda enfrenta problemas: inflação elevada, profundas desigualdades sociais e a grande emigração de seus cidadãos para os países da Europa Ocidental mais ricos.

Assim como outros dois países bálticos, Letônia e Estônia, a Lituânia decidiu aumentar os gastos de defesa e recebeu tropas da Otan, em resposta à intervenção russa na Ucrânia, em 2014.

A chegada de Donald Trump à Casa Branca, no entanto, despertou novas preocupações a respeito do compromisso americano com a defesa desta região de fronteira da Otan.

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Altos representantes da UE, presidentes de países como Alemanha, Polônia, Ucrânia e Finlândia, assim como a princesa sueca Victoria, comparecerão às cerimônias oficiais em Vilna.

A Lituânia conquistou a independência em 1990 após o desmantelamento da União Soviética, mas não é um país recente no mapa da Europa.

Seu primeiro rei, Mindaugas, foi coroado em 1253. E a federação polonesa-lituana foi uma grande potência europeia durante séculos até que seu Estado comum foi absorvido em 1795 pela Rússia imperial, Prússia e Áustria.

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Até a I Guerra Mundial, a Lituânia permaneceu como uma província do Império Russo, que tentou erradicar o sentimento nacional e chegou, inclusive, a proibir o alfabeto lituano, derivado do latino.

A declaração de independência foi adotada em 16 de fevereiro de 1918, quando o exército alemão ainda ocupava o país. Depois aconteceram guerras entre os bolcheviques e a Polônia, antes que o país báltico conquistasse o reconhecimento internacional.

A Lituânia foi um país independente entre a I e a II Guerra Mundial, antes de ser invadida pela União Soviética em 1940, pelo exército nazista em 1941 e novamente pelos soviéticos em 1944.

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O sentimento independentista ganhou força nos anos 1980 e o país se tornou a primeira das ex-repúblicas soviéticas a recuperar a independência, em março de 1990.

Moscou reconheceu o Estado da Lituânia após o frustrado golpe de Estado comunista na capital soviética, em agosto de 1991.

* AFP