Itajaí, Navegantes e Porto Belo somam mais de 90% de toda a produção da pesca industrial no Estado. Os números do Boletim Estatístico de 2012 são muito semelhantes aos de 2011, com oscilação negativa de 3%. A liderança do Litoral Norte catarinense neste segmento é destaque até no cenário nacional, com a região sendo responsável por cerca de 20 a 25% da produção brasileira de pescado. As cidades concentram as operações de descarga de mais de 600 embarcações de porte industrial no maior polo pesqueiro do Brasil.
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No contexto estadual, o boletim revela que a região contribui com 90,95% dos empregos no setor, com 3.016 trabalhadores e um significativo número de empresas que estão, de forma direta ou indireta, ligadas à atividade da pesca.
– Agora esses dados oficiais são utilizados pela área científica para análise da situação dos recursos pesqueiros e pelo próprio setor para planejamento e tomada de decisões. Além disso a pesquisa serve de guia para todos os governos em questões relacionadas com a pesca – analisa o professor Pezzuto.
Destaque nacional, mas sem números atualizados
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Santa Catarina já é amplamente conhecida como o maior produtor de pescado de origem marinha no Brasil, mas as últimas informações oficiais do Ministério da Pesca são de 2011. Naquele ano, o Estado produziu 121,9 mil toneladas, contra 87,5 mil do segundo colocado, o Pará. Desde então não há novos dados divulgados, e a Secretaria catarinense da Agricultura e da Pesca se baseia justamente nessa falta de estatísticas para continuar destacando a liderança no país.
– Já se sabia há vários anos e o próprio Ministério da Pesca reconhece que somos os maiores produtores, mas não tínhamos números disso. Agora nós temos, nessa que é a única pesquisa completa no país, feita por uma universidade. O resto é no chute – diz o gerente de Pesca e Aquicultura da secretaria, José Sebastião Marcatti.
O professor Paulo Ricardo Pezzuto admite que, embora seja certa a grande importância de Santa Catarina no panorama nacional, a desatualização das estatísticas em outras regiões prejudica um diagnóstico mais preciso.
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– Existe sempre uma discussão sobre a alternância com o Pará que também é um grande produtor nacional, mas não temos dados. Nos últimos anos Santa Catarina realmente tem ficado à frente, mas só se confirmaria essa liderança de forma oficial se tivéssemos estatísticas consolidadas do Pará e de todos os outros estados – declara.
Antes feitos por convênios junto ao Ministério da Pesca, encerrados em 2013, os Boletins Estatísticos da Pesca Industrial catarinense são produzidos hoje por meio de parceria entre a Secretaria de Desenvolvimento Regional de Itajaí, o Sindipi, a Univali e a Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca, que repassa R$ 400 mil anualmente para o estudo.