A ressaca que atingiu pontos da costa de Santa Catarina, como no Norte da Ilha e no litoral Norte, na noite da última terça-feira, 5, deve acontecer novamente nas próximas horas. No fim da tarde desta quarta-feira, 6, o fenômeno está previsto, mas em menor intensidade. Uma frente fria que avança pelo mar somada a um anticiclone (sistema de alta pressão atmosférica), também no oceano, propiciam essa condição.
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Os moradores da praia dos Ingleses, em Florianópolis, puderam observar a ressaca com maior intensidade nas últimas horas. Segundo os locais, o muro de alguns restaurantes foram derrubados, bem como o acesso a ranchos de pesca prejudicado. Eles lembram que a última ressaca com essa intensidade teria acontecido em maio. Residentes em Canasvieiras também registraram o avanço marítimo.
A técnica em meteorologia Bianca de Souza acrescenta o litoral Norte como outro ponto do Estado catarinense em que houve registro de ressaca na noite de terça, particularmente na avenida Atlântica, em Balneário Camboriú, onde o mar teria avançado. A especialista acredita que a condição se mantém para o fim da tarde desta quarta-feira.
— Ontem [terça-feira] o vento mudou para Sul, então o mar segue agitado em algumas praias. Além da ressaca, temos os picos de maré, então hoje ainda tem chance no fim da tarde. Aos poucos deve ir diminuindo — projeta.
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Maré seca versus ressaca
Não há aviso meteorológico, nem marítimo para o Estado nas próximas horas. O oceanógrafo do órgão estadual Argeu Vanz acredita que a causa da ressaca e da maré seca, que também vinha acontecendo no litoral de Santa Catarina nos últimos dias, seja a mesma. Para o especialista, um anticiclone que atua no mar seria o motivo. Ele explica que os sistemas de monitoramento não captaram a possibilidade de ressaca nas últimas horas, porque houve uma mudança repentina na direção dos ventos.
— Os modelos diziam que seriam ondas de sudeste, mas aquelas praias [do Norte da Ilha] não são atingidas por essa direção. Um ramo de vento do anticiclone que apontava na direção Nordeste é que pode ter causado essas ondulações.
Vanz ainda refuta a possibilidade de ocorrência de ressacas em maior intensidade na costa catarinense nos últimos meses. Para uma análise mais assertiva, ele indica que seriam necessários estudos quantitativos e qualitativos em um período de aproximadamente dez anos.
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