Os números positivos de Santa Catarina no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) – divulgados terça-feira pelo Ministério da Educação (MEC) – servem de estímulo ao ensino.
Continua depois da publicidade
O Litoral possui escolas com índices que ultrapassam a média 6, correspondente à qualidade do ensino em países desenvolvidos. Por outro lado, as notas acima da média nacional não são suficientes para inibir os problemas que a educação catarinense ainda precisa vencer.
Por aqui também estão os colégios com as piores notas do Estado: um deles em Navegantes e outro em Itajaí.
– Um dos maiores problemas do índice de aprendizagem é o envolvimento dos pais nas escolas. Por isso, a interação do conselho deliberativo e da Associação de Pais e Professores (APP) é muito importante dentro do ambiente escolar. Investimento em estrutura física e na formação continuada de professores também é necessidade para a melhoria da educação. São nestes aspectos que estamos trabalhando – afirma a gerente Regional de Educação, Clenira Schmitz Pivatto.
Os investimentos são a barreira que precisa ser vencida na Escola de Educação Básica Professora Irene Romão, no Bairro São Pedro, em Navegantes. Entre o 1º e o 5º ano, a unidade escolar atingiu nota 4,9, acima da média prevista, que era 4,2. No ensino de 6ª a 8ª a série, o índice alcançado em 2011, conforme o Ideb, foi o pior dos últimos seis anos. A meta era 4 mas a nota foi 3. O número fez com que o colégio ficasse com uma das piores colocações de Santa Catarina nas séries fundamentais complementares.
Continua depois da publicidade
Diretora da escola desde o final do ano passado, Telma Susete Fernandes dos Santos, diz que o alta rotatividade de professores é a principal causa do problema.
– Nós temos hoje 36 professores aqui na escola, mas somente dois são efetivos. Todos os outros são Admitidos em Caráter Temporário (ACTs), onde se tem autonomia de deixar o cargo a hora que quiser. Com isso, os alunos não criam vínculo necessário com o professor, o que reflete no aprendizado – explica Telma.
A falta de interesse e participação dos pais na rotina dos filhos em idade escolar também é considerado ponto negativo pela diretora.
– Nós estamos trabalhando em um projeto dentro da comunidade, buscando atrair e alertar os pais e responsáveis para a importância da escola. A capacitação de professores também já está em andamento. Pretendemos atingir pelo menos a nota 4 até o ano que vem – afirma a diretora.
Continua depois da publicidade
No final de 2011, a Escola Irene Romão recebeu do MEC R$ 36 mil para ser investido em infraestrutura, material didático e treinamento profissional. Além da verba federal, a unidade escolar recebe anualmente R$ 6 mil do governo do Estado. O dinheiro serve para investimento em manutenção e material didático. Apesar de parecer pouco, a diretora garante que é o suficiente para o ano letivo. A escola de Navegantes possui salas de informática e leitura, biblioteca e acessibilidade.
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade
Esforço coletivo
A Escola Municipal Urbana Catarina Benedita Guerreiro, de Porto Belo, com nota 6,6, é a segunda escola da região melhor classificada no Ideb. A estrutura da unidade é pequena, conta com 20 professores e cerca de 300 alunos. Assim como em Balneário Camboriú, o ponto forte está nos professores e nos estudantes.
A diretora Terezinha Rocha Cavalheiro diz que o resultado só foi possível graças ao trabalho de toda a equipe.
– Conseguir a melhor nota entre as escolas de Porto Belo e estar entre as melhores da região é muito gratificante. Nosso destaque é o trabalho das pessoas, é todo mundo focando junto no ensino de qualidade, com a dedicação dos alunos – considera.