O palco sempre fez parte da vida da bela Liselott Trinks, afinal, foram os seus pais, Adolf e Eva, que ajudaram a idealizar a Sociedade Harmonia-Lyra. Amantes da cultura, sempre viajavam ao Rio de Janeiro, atrás da efervescência cultural.

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Foi vivendo nesse universo que Liselott sonhou em se tornar bailarina, estudou piano, dramaturgia e foi até a Europa ampliar seus conhecimentos. A tempo, voltou para um momento histórico para as artes de Joinville: a apresentação da ópera “Yara”, escrita em Joinville, e da qual fez parte no corpo de baile, e seus pais, da produção.

Mulher curiosa e sempre intensa na sua dedicação à cultura, Liselott viu no ensino da dança sua grande vocação. Com o tempo, além de dar aulas na Lira, passou a ensinar alunas da Sociedade Ginástica. O curioso é que, naquela época, sua dedicação era tanta que, além de ensinar, dançava as coreografias junto com o grupo.

Amiga de artistas da época, como Fritz Alt e Victor Kursancew, criou coreografias para as grandes noites de gala que mantinham a Sociedade Harmonia-Lyra no auge como centro cultural da cidade, algumas delas, em parcerias com artistas. É o caso de “Meia-noite no Museu”, que chegou a ser apresentada em Florianópolis e Curitiba.

E foi Liselott que introduziu em Joinville o ensino da dança moderna, inspirada por artistas como Harald Kreutzberg e Kurt Joos, idealizadores da dança moderna e com quem Liselott chegou a ter contato. Felizmente, Liselott pode ver, na mesma Lira onde sempre foi entusiasta da arte, a realização do primeiro Festival de Dança de Joinville.

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Como aprender e viver era algo sem limites para Liselott, ela ainda foi pioneira em mais uma coisa em Joinville: ao apaixonar-se pela yoga, passou também a dar aulas da técnica espiritual. Curiosamente, Lott, como era conhecida, faleceu no ano da fundação da primeira casa de yoga em Joinville, em 1987.