O mundo do futebol é uma bola, que nunca fica parada e está em constante transformação. Em especial quando falamos do ponto de vista tático. WM, carrossel holandês, catenaccio, três zagueiros com líbero, três atacantes… Números e nomenclaturas à parte, a evolução do jogo força treinadores e jogadores a se prepararem cada vez mais com uma gama diversificada de opções capazes de envolver o adversário (ou não ser envolvido por ele) e decidir as partidas.

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Ciente disso, com a experiência de quem já esteve dentro de campo e a partir do início da década passada passou a ocupar a área técnica, Mauro Ovelha, treinador do Brusque, procura estudar e se atualizar.

— Taticamente (o futebol), mudou muito. Apareceram várias coisas novas. No meu tempo de jogador, tínhamos duas maneiras de jogar só: 4-4-2 e o 3-5-2. Agora, muda-se muito dentro de um jogo só, com diversas variações. E nós todos tivemos que nos adaptar e seguir essa linha — pondera o treinador.

Ovelha é um profundo conhecedor do futebol catarinense. Antes de desembarcar na cidade berço da fiação catarinense, trabalhou em outros clubes tidos como pequenos (foi vice-campeão duas vezes com o Atlético de Ibirama, além comandar Marcílio Dias e Metropolitano) antes de chegar aos grandes do Estado, onde brilhou. Faturou um título com a Chapecoense, em 2011, mais dois vices – um com a própria Chape e outro no Joinville –, antes de atuar no Avaí, em 2012.

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À frente do clube do Vale do Itajaí pelo segundo ano consecutivo, o treinador trabalha para voltar a surpreender no Campeonato Catarinense – em 2016, levou o Brusque à 5ª posição, conquistando 20 dos 27 pontos disputados no Estádio Augusto Bauer (a equipe só foi superada diante do seu torcedor pela campeã Chapecoense). Ex-zagueiro, Ovelha gosta de ver o time se impor física e taticamente.

— Gosto muito de apertar o adversário. Jogar com as linhas (de marcação) mais altas. Meu conceito, a minha maneira de pensar futebol é jogar com as linhas altas — destaca.

Mas sem se esquecer de jogar. E para isso, aposta muito na velocidade:

— Hoje se não tiver velocidade, você é uma presa fácil para o adversário — diz sem pestanejar.

Ciente do equilíbrio que marca o Estadual, Ovelha tem como objetivo nessa pré-temporada montar um time dinâmico, capaz de se adaptar às condições exigidas a cada partida:

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— Vamos tentar fazer com que o time não tenha só uma maneira de jogar.

Leia a entrevista abaixo

Com a experiência de quem foi jogador e atualmente é treinador, de uma maneira geral, como você vê o futebol atualmente?

Taticamente (o futebol), mudou muito. Apareceram várias coisas novas. No meu tempo de jogador, tínhamos duas maneiras de jogar só: 4-4-2 e o 3-5-2. Agora, muda-se muito dentro de um jogo só: 4-2-3-1, 4-5-1, 4-1-4-1. E nós todos tivemos que nos adaptar e seguir essa linha atual. Estamos tentando aplicar no nosso dia a dia. Para isso, tem que observar, estudar. É um objetivo meu. Vamos tentar fazer com que o time não tenha só uma maneira de jogar.

E qual é a maneira que você gosta de ver o seu time jogar?

Gosto muito de apertar o adversário. Jogar com as linhas (de marcação) mais altas. Meu conceito, a minha maneira de pensar futebol é jogar com as linhas altas, seja em casa ou fora. Às vezes, o adversário faz você voltar, obriga a jogar com linhas mais baixas. Mas o que busco sempre é que o meu time exerça pressão no adversário, para ter a bola mais próxima do gol adversário.

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Além de contar com um time espetacular tecnicamente, o Barcelona do Guardiola foi quem melhor fez isso, certo?

O mundo do futebol todo teve uma mudança a partir disso. O técnico do Chelsea agora está fazendo uma nova mudança, jogando com três zagueiros e três atacantes, e muita velocidade. Hoje, se não tiver velocidade, você é uma presa fácil para o adversário. Nossa intenção é evoluir a partir disso, da retomada da bola. E é isso que a gente está trabalhando. Se não tiver esse trabalho, estoura lá na defesa.

E como aplicar isso no Catarinense, que é marcado pelo equilíbrio?

Primeiro é preciso ter o discernimento de como são os jogos. Contra os cinco grandes é uma forma de jogar. Contra os outros times, é outra maneira. Cada um é uma decisão, uma guerra, onde você tem que procurar ganhar sempre. O futebol bonito vai ficar para os outros jogos.

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Técnico do Brusque, Mauro Ovelha fala sobre seu perfil de trabalho