A primeira impressão não poderia ter sido pior. Por fora, um ônibus antigo. Por dentro, o veículo não tinha cinto de segurança em nenhum dos bancos e um cheiro de urina sempre presente. A segunda: o câmbio arranhava toda vez que o motorista engatava a marcha.
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O veículo também fazia um barulho estridente de tempos em tempos. Perguntado, o motorista atribuiu o barulho ao ar-condicionado.
No meio da viagem entre Florianópolis e Itapiranga, o ônibus parou na garagem da Reunidas, em Caçador. Fomos solicitados a trocar de veículo, de outra empresa, a paulista Leads.
Mudança comemorada por Nurce Gisete, de 48 anos. Ela voltava para a casa, em Mondaí, na primeira vez em dois anos que andava sozinha de ônibus após um trauma. O marido havia falecido em 2013, em um acidente de carro na estrada.
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– Se a gente embarca em um ônibus como esse, é obrigado pela lei a usar cinto. Como a gente faz com um daqueles que não tem – questiona.
Foi o último veículos da Reunidas que andei – tanto na ida como na volta. Foram quatro ônibus ao todo. Completam a lista dois outros fretados de outras empresas. Todos com algum tipo de problema, mas nenhum com a combinação de tudo ao mesmo tempo, como o primeiro. Foram 15 horas na estrada, tanto na ida quanto na volta.
::: Checklist
Condições do veículo
Apenas o ônibus que completou a rota até Itapiranga, a partir de Caçador, poderia ser considerado novo. Todos os outros três eram antigos.
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Cintos de segurança
O primeiro ônibus, que partiu de Florianópolis, não possuía o mecanismo de segurança. Todos os outros três veículos do trajeto de ida e de volta possuíam. Mas pelo menos metade dos passageiros não utilizava o item de segurança.
Ar-condicionado
Todos os veículos do trajeto Florianópolis-Itapiranga tinham ar-condicionado, com o sistema funcionando. Nenhum passageiro reclamou ou pediu para o motorista diminuir a intensidade.
Saídas de emergência
Em todos os ônibus as saídas de emergência estavam bem sinalizadas e, aparentemente, em condições de uso. Em nenhum momento da viagem foi necessário utilizá-las.
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Barulhos
Três dos quatro ônibus faziam barulho para trafegar.
Banheiros
Nenhum dos banheiros apresentava condições perfeitas, mas nos mais antigos foi possível perceber o estrago pelo uso contínuo e desgaste do tempo. Os três ônibus mais velhos apresentavam odor forte de urina em todas as oportunidades que os banheiros eram usados. O cheiro chegava a todas as poltronas, mesmo as das primeiras fileiras.