A filosofia, a religião, a mentalidade e mesmo os hábitos do dia-a-dia de cada época influenciaram e influenciam a maneira como os casais se comportam em diferentes sociedades e períodos históricos: os próprios conceitos de amor, sexo e casamento (e as maneiras como os três estão ou não ligados) foram vistos de diferentes maneiras ao longo dos séculos. Confira abaixo, na nossa linha do tempo, os momentos mais marcantes e alguns fatos curiosos – e leia aqui a matéria completa sobre a história e a filosofia em torno do conceito de amor.
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ADÃO E EVA
Culturalmente vistos por grande parte do Ocidente como o primeiro casal, Adão e Eva foram um par formado por Deus, inaugurando a tradição em que os pais escolhem os cônjuges dos filhos. Segundo a Cabala, outra mulher, Lilith, teria sido a primeira esposa de Adão, mas ela fugiu por não aceitar ser submissa ao marido.
CASAMENTO NA GRÉCIA
Os gregos viam o casamento como um contrato: a monogamia era lei, mas ter quantos amantes se desejasse (inclusive do mesmo sexo) era socialmente aceitável. Homens e mulheres desempenhavam diferentes papéis no casamento, e não era esperado que houvesse qualquer vínculo afetivo (nem mesmo de amizade) entre eles. Em Esparta, o casamento era obrigatório, e o celibato, considerado crime.
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KAMA SUTRA
Conhecido no mundo ocidental como Kama Sutra, o Kamasutram foi escrito pelo indiano Vatsyayana no século IV, e é considerado a obra definitiva sobre o amor na literatura sânscrita. O livro é muito mais que um “manual de posições sexuais”, como ficou popularmente conhecido: o texto enfatiza o amor como arte e incentiva que os leitores usem todos os sentidos (visão, audição, tato, olfato e paladar) para amar – além da mente e da alma.
POLIGAMIA
Menos praticada na sociedade ocidental, a poligamia pode ser de dois tipos: a poliginia, em que um homem casa-se com diversas mulheres; e a poliandria, em que uma mulher casa-se com diversos homens. A poliginia costuma ser restrita à parcela mais abastada da população. A poliandria, mesmo que mais rara, já foi encontrada entre povos tibetanos, marquesanos, karaites e jats – entre os jats, por exemplo, irmãos podem se casar com a mesma mulher.
O AMOR ROMÂNTICO
Especula-se que o amor romântico tenha nascido na Europa entre os mouros que habitavam parte da Espanha, influenciados pela sensibilidade artística dos trovadores franceses e dos poetas árabes. A literatura árabe enaltecia os aspectos enobrecedores do amor. Cavaleiros espanhóis, franceses e ingleses que retornavam das Cruzadas também se mostravam influenciados pela concepção romântica dos relacionamentos.
O ROMANCE
No final do século 15, os sentimentos já influenciavam decisivamente a escolha de um parceiro. Os homens passaram a ser apreciados não apenas pelo desempenho nas guerras e nos duelos, mas também pela elegância ao tratar uma mulher. O homem atraente ia agora além de virtudes como riqueza, coragem e vigor físico.
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O DIVÓRCIO
A grande novidade surgida no século 18 diz respeito ao divórcio: pela primeira vez se ouviu falar de incompatibilidade psicológica como motivo para a separação. A preocupação masculina com o prazer da esposa aumentou a partir da autorização de que a esposa pedisse divórcio alegando impotência do marido.
O AMOR LIVRE
Os séculos 20 e 21 foram marcados pela destruição do mito de que as mulheres não tinham desejos sexuais. A criação de métodos contraceptivos eficazes mudou o comportamento da mulher, que passou a desfrutar de maior liberdade nas questões sexuais. Surge o movimento pelo amor livre, afirmando que todas as pessoas devem ter a liberdade de levar a vida ao próprio modo, amando e tendo relações sexuais com quem desejarem.
FLEXIBILIZAÇÃO DO AMOR
Além do reconhecimento do prazer feminino e da flexibilização das “normas” envolvendo o amor, o sexo e o casamento, o último século foi marcado pelo retorno dos relacionamentos homossexuais e homoafetivos, que sempre existiram, mas eram reprimidos. No anos 1970, considerava-se esse tipo de amor uma espécie de distúrbio mental. A Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da lista de doenças mentais em 1993.
Artes: Ben Ami Scopinho