Pais que limpam a chupeta dos filhos com a própria saliva por preguiça ou falta de tempo costumam se sentir culpados por acharem a atitude anti-higiênica.
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Acontece que esses pais que reprimem seus sentimentos de culpa podem estar suprimindo alguma outra coisa também: certas doenças que afligem as crianças.
Um novo estudo publicado na revista Pediatrics indica que a sucção da chupeta pelos pais do bebê pode reduzir o risco de desenvolvimento de alergia, possivelmente através da estimulação imunológica por micróbios transferidos para a criança através da saliva do pai. Em outras palavras, o estudo diz que os germes que estão na boca dos pais podem não espalhar doenças, mas preveni-las, dando algo útil ao sistema imunológico da criança para fazer.
Segundo o artigo publicado no Pediatrics, as crianças cujos pais tomaram o “caminho do menor esforço” apresentavam 88% menos probabilidade de desenvolver asma e 63% menos probabilidade de desenvolver eczema. Elas também tinham menos alergias alimentares.
– A revelação não é totalmente surpreendente. O excesso de esterilidade pode sair pela culatra. Os cientistas notaram que certas alergias se tornaram mais comuns quando os ambientes das crianças tornaram-se mais limpos. Ao implantarmos um estilo de vida excessivamente desinfetado, por um longo prazo, nossos corpos já não precisam mais combater os germes, como faziam antes – explica o pediatra Moises Chencinski.
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A descoberta pode ser um alívio para muitos pais que ficam aquém em relação aos padrões oficiais da perfeição e da higiene.
– Mesmo assim, é preciso destacar que este é o resultado de apenas um trabalho realizado sobre o assunto, que leva em conta somente algumas das patologias que podem ser transmitidas pela saliva e pelas secreções dos adultos para crianças -observa o pediatra.