No Código de Trânsito Brasileiro, a regra é clara: qualquer motorista que ultrapasse a velocidade permitida está sujeito a multa. Mas, em Balneário Camboriú, saber qual é o limite a ser obedecido não é tão fácil assim. Os radares espalhados pela Avenida Brasil autuam motoristas que passam acima dos 40 km/h, embora uma lei municipal determine que o limite da fiscalização eletrônica, em todo o município, deveria ser de 50km/h.
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A justificativa da prefeitura, para não respeitar a lei, é o elevado trânsito de pedestres pela via. Paulo Auri Seabra, diretor administrativo da Secretaria de Segurança de Balneário Camboriú, diz que aumentar o limite de velocidade no local colocaria em risco os moradores e turistas.
_ Uma avenida em que há muitos pedestres atravessando é diferente das outras. Não faria sentido alterar um limite de velocidade que já vale há anos _ avalia.
Autor da lei, o vereador Moacir Schmidt (PSDB) não vê sentido no argumento usado pela administração municipal. Segundo ele, o limite de 50 km/h obedeceria ao padrão usado na maior parte do país.
_ Por que só em Balneário seria diferente? Todo cidadão que pagou a multa depois do projeto aprovado tem direito à restituição do valor _ argumenta.
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A prefeitura já tentou alterar o texto da lei duas vezes. A última, no início deste ano. Mas a proposta não foi aceita pelos vereadores, e a regra do limite em 50 km/h continua valendo.
A polêmica já chegou ao Ministério Público. O promotor Rosan da Rocha, responsável pela 6ª Promotoria de Justiça, fez uma recomendação ao município para que passe a respeitar a lei municipal, ou consiga aprovar uma alteração no texto original.
A resposta ainda não chegou, mas, se não for satisfatória, poderá parar na Justiça:
_ Podemos instaurar uma ação civil pública para que o município se abstenha da cobrança de multas _ diz o promotor.
O município não informou a quantidade de multas emitidas com velocidade menor do que 50 km/h nos últimos anos.
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