Nas últimas duas semanas, a Casa da Cultura voltou às rodas de conversas ao ser citada por Udo Döhler e por Raulino Esbiteskoski. O prefeito, ao exemplificar o desejo de descentralizar a cultura em Joinville, lembrou a intenção de construir uma Casa da Cultura na zona Sul, e o secretário de Cultura e Turismo reconheceu que a escola se encontra “no limite”. As duas menções são complementares, já que exprimem a atual condição da instituição: a impossibilidade de crescimento do prédio no Centro (onde está há 45 anos) e, consequentemente, da capacidade de oferecer mais para mais pessoas. Hoje, cerca de dois mil alunos usufruem de 25 cursos e programas de extensão, mas na lista de espera constam uma média de 600 pessoas (dado de 2016) e outras necessidades, que não têm prazo para serem atendidas.
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– Precisamos ampliar não só o espaço físico como o número de profissionais para atender a demanda – afirma a coordenadora Carla Clauber da Silva, frisando a carência de uma terceira sala de balé e outras para aulas individuais de música.
Já o teatro é tratado como essencial pela diretora, já que, além de servir para aulas e ensaios, poderia abrigar apresentações abertas, fortalecendo o vínculo da escola com a população. Existe um projeto pronto para o espaço, que seria erguido entre a galeria Victor Kursancew e o bloco da Escola de Artes. No segundo piso, haveria salas para aulas de balé.
Entretanto, a ampliação física da Casa da Cultura não se aplica apenas ao que ela já oferece, mas também a um dever de se atualizar, contemplando linguagens como cinema, videoarte e performance. Essa e outras questões referentes à escola figuram no Plano Municipal de Cultura, e resta esperar que a reforma no setor público de cultura as observe com atenção.
Quanto à construção de uma segunda Casa da Cultura, Carla não tem dúvidas de seu valor. Segundo ela, a unidade não só iria “desafogar” a demanda como disseminaria o desafio da escola de criar pessoas sensíveis.
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– A cultura ainda não tem o valor que merece. À medida que as pessoas criam novas perspectivas, abrem seus repertórios culturais, e fazer curso nessas áreas se torna muito importante. Precisamos pensar em ações para fortalecer a cultura de Joinville como um todo, incluindo a Casa da Cultura.