O juiz Eduardo Fernando Appio, que substitui Sérgio Moro na 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, pediu novamente a prisão preventiva do doleiro Alberto Youssef, um dos pivôs da Operação Lava-Jato. A decisão aconteceu momentos depois do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) conceder uma liminar de soltura do doleiro.

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A informação foi confirmada à reportagem do AN pelo advogado de defesa Luis Gustavo Flores e pela assessoria de imprensa da 13ª Vara Federal de Curitiba. A prisão, conforme o juiz, é para assegurar a aplicação da lei penal. Com isso, Youssef segue detido na sede da Polícia Federal em Curitiba. Flores criticou a medida do juiz. 

— Desrespeitando a decisão do TRF — disse. 

Youssef foi preso na última segunda-feira (20) em Itapoá, no Norte de Santa Catarina, e encaminhado para o Paraná.

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Entre os fatos apurados pela Receita, segundo a decisão do juiz, está a tentativa de compra de um avião e um helicóptero feita pelo doleiro, e diversos endereços em seu nome, o que “evidencia uma situação muito privilegiada e incompatível com as condenações já proferidas em matéria criminal”.

“Deixa evidenciado que o acusado não devolveu aos cofres públicos todos os valores desviados e que suas condições atuais de vida são totalmente incompatíveis com a situação da imensa maioria dos cidadãos brasileiros”, disse o juiz em relatório.

Preso durante a investigação da primeira fase da Lava-Jato, em 2014, o doleiro fez acordo de delação premiada em troca de informações que poderiam ocasionar a prisão de outras pessoas envolvidas. Ele deixou o regime fechado em 2016 e utilizou tornozeleira por mais um ano.

Youssef é apontado como chefe de um esquema de pagamentos de propinas e lavagem de dinheiro. O Juiz Eduardo Appio afirmou ainda que a investigação comprovou que, além de atuar na lavagem de dinheiro, o doleiro “tornou-se o personagem central da engrenagem que permitiu o desvio de muitos milhões dos cofres públicos e das estatais”.

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