O dia começa cedo para os funcionários da Transol que trabalham nas primeiras linhas de ônibus da manhã, em Florianópolis. A terça-feira seguia normal para os motoristas Tiago Albino e Ademilson Antunes Chaves e para o fiscal Pedro Valdeci dos Santos, quando por volta das 6h se viram diante de uma mãe desesperada com uma bebê que sofria de convulsões.

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A atitude rápida e heroica dos três homens salvou a vida da criança. O motorista Tiago Albino dirigia a linha do Morro do Quilombo quando duas mulheres entraram rapidamente no ônibus com uma bebê que usava fraldas e vestia apenas uma blusinha. Ele conta que pediu para o cobrador ligar para o Samu e chamar uma ambulância para o Terminal da Trindade, quando percebeu que menina estava tendo convulsões.

– Fizeram tanta pergunta no telefone que o cobrador desistiu. Em cada ponto que parava eu pedia que os passageiros se apressassem para chegar logo, e até parei em frente ao Posto de Saúde do Itacorubi, mas ainda estava fechado – relembra Thiago.

Assim que chegaram no Terminal da Trindade (Titri), o fiscal Pedro Valdeci dos Santos foi informado da situação. Percebendo a demora da ambulância, pediu ao motorista Ademilson Antunes Chaves que as levasse em um ônibus vazio até o Hospital Infantil Joana de Gusmão.

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No coletivo 0232, com o letreiro escrito “especial”, Adelmison, que tem apenas dois meses de empresa, conta que viveu momentos de tensão:

– Elas sentaram no banco bem atrás de mim, e a mãe estava desesperada, não parava de chorar. Fiquei nervoso, mas liguei o pisca alerta, furei até sinal e segui para o hospital. Deixei elas na porta da emergência – conta Ademilson.

Algumas horas mais tarde, a mãe voltou para agradecer os homens no Titri, mas eles acabaram não se apresentando e não sabem o nome da mulher e nem da criança.

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O trio de funcionários, todos casados e com filhos, não se consideram heróis. Dizem que somente pensaram em ajudar a criança:

– Nessas horas a gente nem pensa direito, só faz o que é certo. O mais importante é saber que a menina está bem – disse o fiscal Ademir.

Quem são os heróis:

Tiago Albino, 30 anos, motorista

Tiago trabalha há 10 anos na empresa Transol. Foi cobrador por cinco anos e nos último cinco passou para motorista. Já viveu uma situação parecida, quando levou um senhor que passava mal para o hospital em um ônibus.

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Pedro Valdeci dos Santos, 42 anos, fiscal

O fiscal trabalha há 23 anos na empresa, e já passou pelas funções de cobrador e motorista até chegar a fiscal. É casado, tem dois filhos e uma neta de um ano e meio, de quem lembrou na hora que viu a situação.

Ademilson Antunes Chaves, 32 anos, motorista

Está trabalhando há apenas dois meses como motorista de ônibus, antes dirigia caminhões. É casado e tem duas filhas, uma de 12 e outra de 13 anos.