Líderes mundiais pedem a Lula que pressione Venezuela e “reafirme compromisso com democracia”

Após as polêmicas sobre o resultado das eleições que reelegeram Nicolás Maduro como presidente da Venezuela, um grupo de líderes mundiais enviou uma carta ao presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva pedindo que ele pressione o país latino e assegure o compromisso com a democracia. O documento é assinado por membros da Iniciativa Democrática da Espanha e das Américas (IDEA). As informações são do g1.

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Entre os 37 líderes que assinaram a carta estão os ex-presidentes Maurício Macri, da Argentina; Álvaro Uribe e Iván Duque, da Colômbia; Vicente Fox, do México; Guillermo Lasso, do Equador; Carlos Mesa, da Bolívia.

“Os ex-Chefes de Estado e de Governo que subscrevem esta mensagem, membros da Iniciativa Democrática da Espanha e das Américas (IDEA), exortamos a Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República Federativa do Brasil, a reafirmar seu inquestionável compromisso com a democracia e a liberdade, as mesmas de que gozam seu povo, e a fazê-la prevalecer também na Venezuela”, afirma a carta.

Apesar de integrar o fórum, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não faz parte da lista de lideranças que assina a carta. Esse é o segundo texto enviado a Lula após as eleições na Venezuela.

Na primeira carta, o grupo pedia que o presidente do Brasil reconhecesse o candidato Edmundo González como vitorioso.

O governo brasileiro ainda não reconheceu a vitória de Maduro, declarada pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), e cobrou a apresentação das atas eleitorais, que registram votos e resultados em cada local de votação. Esses documentos ainda não foram apresentados de forma oficial.

— É normal que tenha uma briga. Como resolve essa briga? Apresenta a ata — disse Lula na ocasião.

Enquanto o CNE alega que Maduro venceu, a oposição aponta a vitória de González a partir da contagem das atas. A vitória do opositor foi reconhecida pelos Estados Unidos.

Uma contagem independente das atas feita pela agência de notícias Associated Press (AP) na última semana deu a vitória a González por uma diferença de 500 mil votos.

Eleição na Venezuela causou desconfiança

A Venezuela teve eleições presidenciais na última semana, da qual o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que corresponde à Justiça eleitoral na Venezuela, anunciou a vitória de Nicolás Maduro.

Contudo, as atas não foram divulgadas. O CNE, comandado por um aliado de Maduro, afirmou que um ataque cibernético teria causado demora no sistema de contagem.

Já a oposição fez uma contagem própria das atas, e disse que conseguiu acesso a mais de 80% dos documentos através de representantes que foram até os locais de votação.

“O que está acontecendo é um escândalo. Todos os governos americanos e europeus sabem disso. Admitir tal precedente prejudicará mortalmente os esforços que continuarão a ser feitos com tanto sacrifícios nas Américas para defender a tríade da democracia, do Estado e dos direitos humanos. Não exigimos nada diferente do que o próprio presidente Lula da Silva preserva em seu país”, diz ainda o documento enviado a Lula.

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