O governo brasileiro afirmou nesta segunda-feira (29), em nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores, que “acompanha com atenção o processo de apuração” das eleições presidenciais na Venezuela. As informações são do g1.
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Nesta madrugada, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela declarou Nicolás Maduro vencedor do pleito. No entanto, a oposição e parte da comunidade internacional contestam os resultados.
Na nota, o Brasil informou que “saúda o caráter pacífico da jornada eleitoral de ontem na Venezuela”. Ao mesmo tempo, faz uma ressalva: vai aguardar a publicação dos “dados desagregados” pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela – “passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito”.
Leia a íntegra da nota divulgada pelo Itamaraty:
O governo brasileiro saúda o caráter pacífico da jornada eleitoral de ontem na Venezuela e acompanha com atenção o processo de apuração.
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Reafirma ainda o princípio fundamental da soberania popular, a ser observado por meio da verificação imparcial dos resultados.
Aguarda, nesse contexto, a publicação pelo Conselho Nacional Eleitoral de dados desagregados por mesa de votação, passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito.
Contestações
Até às 10h45min desta segunda (29), Maduro tem 51,2% dos votos e Edmundo González tem 44,2%, com 80% das urnas apuradas, segundo CNE. O chavista declarou vitória em discurso após o anúncio do resultado. Ele disse também que o site do CNE sofreu um ataque hacker. A pagina segue fora do ar há seis horas.
A oposição afirma que a principal candidatura contra Maduro, de Edmundo González, venceu com 70%. Autoridades internacionais também pediram transparência na apuração. O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, afirmou que o país tem “sérias preocupações de que o resultado anunciado não reflita a vontade ou os votos do povo venezuelano”.
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Josep Borrell Fontelles, vice-presidente da Comissão da União Europeia, afirmou que, depois de o povo da Venezuela votar sobre o futuro do país de “maneira pacífica e massiva”, “sua vontade deve ser respeitada”. “É vital assegurar a total transparência do processo eleitoral, incluindo a contagem detalhada dos votos e o acesso às atas de votação das mesas eleitorais”, disse Fontelles.
Na contramão, presidentes e autoridades de países como Rússia, China, Honduras, Cuba, Bolívia e Nicarágua, parabenizaram Maduro pela vitória.
Quem contestou resultado na Venezuela
- Estados Unidos – secretário de Estado, Antony Blinken
- União Europeia – vice-presidente, Josep Borrell Fontelle
- Reino Unido – Ministério das Relações Exteriores
- Chile – presidente Gabriel Boric
- Alemanha – Ministério das Relações Exteriores
- Argentina – presidente Javier Milei
- Uruguai – presidente Luis Lacalle Pou
- Espanha – ministro das Relações Exteriores, José Manuel Albares
- Itália – vice-primeiro-ministro, Antonio Tajani
- Equador – presidente Daniel Noboa
- Peru – ministro das Relações Exteriores, Javier Gonzalez-Olaecha
- Colômbia – ministro das Relações Exteriores, Luis Gilberto Murillo
- Guatemala – presidente Bernardo Arevalo
- Panamá – presidente José Raúl Mulino
- Costa Rica – presidente Rodrigo Chaves
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