Lideranças de pelo menos oito partidos que votaram majoritariamente a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff acertaram, nesta terça-feira, a formação de uma “maioria informal” na Câmara, para o que chamam de período de “transição” entre os governos Dilma e Michel Temer.

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A nova maioria será composta por cerca de 220 deputados do PP, PTB, PSD, PSC, PR, SD, PRB e PSB. Informalmente, será a maior bancada da Câmara até que o Senado vote a admissibilidade do processo de impeachment — e consequente afastamento — da presidente, previsto para 11 ou 12 de maio.

A ideia da formação da maioria informal foi dos líderes do PSB, Fernando Filho (PE); do PSD, Rogério Rosso (DF); e do PTB, Jovair Arantes (GO). A proposta foi acertada durante almoço na casa do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

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O deputado Maurício Quintella (PR-AL) foi escolhido para ser o líder. Embora o cargo não exista oficialmente, a ideia é se contrapor politicamente ao líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), cujo cargo continua mantido oficialmente.

De acordo com os idealizadores, a escolha foi uma “homenagem” a Quintella, por ter rompido com a cúpula do PR e renunciado à liderança da sigla na Câmara para apoiar o impeachment de Dilma. Segundo Quintella, o grupo será responsável por definir as pautas que serão votadas na Casa durante o período de transição entre Dilma e Temer.

O objetivo do novo bloco, dizem os parlamentares, é se contrapor politicamente ao governo. “Como para nós não tem mais governo, que era maioria, a nova maioria somos nós”, afirmou o presidente do Solidariedade, deputado Paulinho da Força (SP).