Os líderes dos 27 países da União Europeia iniciaram nesta quinta-feira em Bruxelas a reunião que muitos têm denominado como “a última oportunidade” para salvar o euro, em meio a uma forte crise da dívida.
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Os presidentes e representantes máximos de instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI) chegaram à sede do Conselho da Europa, pouco antes das 17h GMT (15H de Brasília) para participar de dois dias de negociações cruciais. Um jantar informal entre os líderes europeus dá início à programação do encontro.
A chanceler alemã, Angela Merkel, reafirmou que a reunião é chave para restituir a “credibilidade” do euro mediante um endurecimento da disciplina fiscal, em sua chegada ao Conselho. Já o presidente francês, Nicolas Sarkozy, advertiu para a necessidade de se chegar a um acordo:
– Não teremos uma segunda oportunidade. Quanto mais tarde tomarmos esta decisão, mais custosa e menos eficaz ela será – afirmou Sarkozy, em um congresso de partidos conservadores em Marselha, no qual participaram parte dos líderes da UE antes de seguir para Bruxelas.
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O primeiro-ministro sueco, Fredrik Reinfeld, disse mais cedo que o país se posiciona contrariamente a uma mudança do tratado da União Europeia (UE). Para ele, essa não é a solução que os mercados esperam para a crise do euro:
– As mudanças legais dos tratados, que podem levar tempo, talvez sejam necessárias, mas não acredito que sejam a solução que os mercados esperam -declarou Reinfeld.
Os mercados têm exigido da UE, em particular dos 17 países da zona do euro, uma resposta “sólida, contundente e efetiva” para a crise que está levando a Europa à recessão e com ela o resto do mundo. Nesta quinta-feira, o Banco Central Europeu revisou para baixo as previsões de crescimento para o próximo ano, para 0,3%, de 1,3%.
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Na discussão também estão as propostas de Sarkozy e Merkel, que defendem a reforma dos tratados para reforçar a disciplina fiscal com a imposição de sanções automáticas.
Também será debatida a proposta do presidente da UE, Herman Van Rompuy. Ele sugere que se dê ao mecanismo de estabilidade financeira, MEDE, que substituirá o fundo de resgate europeu – provavelmente no próximo ano – os mesmos poderes que o de um banco, o que lhe permitiria pedir dinheiro ao Banco Central Europeu (BCE) e relançar o debate da emissão de eurobônus para mutualizar a dívida dos Estados.
O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, por sua vez, descartou nesta quinta-feira uma intervenção massiva do organismo na crise, o que provocou fortes quedas nos mercados de ações.
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Na Bolsa de Frankfurt, o índice DAX terminou em queda de 2%, a 5.874,44 pontos. O Footsie-100 da Bolsa de Londres perdeu 1,14%, a 5.483,77 pontos. O CAC 40 de Paris perdeu 2,53%, a 3.095,49 unidades. O IBEX 35 da Bolsa de Madri perdeu 2,12%, para terminar aos 8.461,2 pontos. Em Milão, o FTSE Mib perdeu 4,29%, fechando aos 14.979 pontos.