Após um início conturbado da sessão histórica que pode autorizar o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, passou a palavra aos líderes das bancadas dos partidos, que se manifestam sobre a posição das legendas.
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Confira, abaixo, as principais frases das manifestações dos líderes:
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AO VIVO: acompanhe a votação que pode autorizar processo de impeachment
Leonardo Picciani (PMDB-RJ)
“Hoje, aqui, nós devemos fazer essa sessão com clima de paz, respeito, democracia. Este é o exemplo que nós devemos dar à sociedade que nos assiste. O que estamos fazendo aqui não é uma brincadeira. É uma das mais graves sanções previstas pela Constituição Federal e no ordenamento jurídico. Não nos cabe aqui nenhuma outra posição que não a de defesa dos princípios republicanos. A bancada do PMDB, exercendo sua liberdade, seu direito de decisão consciente, optou pelo voto favorável ao processo de impedimento. A bancada do PMDB tomou essa decisão por entender das circunstâncias políticas que o país vive hoje, entender que as circunstâncias que levaram ao início do processo de impedimento estariam inteiramente preenchidas.”
Afonso Florence (PT-BA)
“É límpida a tese do governo de que não há crimes de responsabilidade. Por isso, a voz das ruas repercute hoje aqui neste plenário, somado à essa nítida ausência de crimes de responsabilidade. Por isso que muitos que estavam indecisos já mudam a posição para votar contra o golpe. Porque não querem manchar suas biografias. Porque rejeitam Michel Temer na presidência da república, ainda mais em uma eleição indireta. A chapa Michel-Cunha não pode passar, não vai passar neste plenário. Em todo o Brasil, muitos milhões estão dizendo que impeachment, sem crime de responsabilidade, é golpe. Fere o fundamento inalienável da república e da democracia, que é a vontade popular.”
Antôno Imbassahy (PSDB-BA)
“Quem votar não vai votar pelo Brasil do mensalão, do petrolão, da organização criminosa. A presidente e o seu partido, mesmo depois de todo o mal que causaram ao país, ainda tentam dividir os brasileiros, chamá-los ao conflito. O que os brasileiros desejam e merecem é um Brasil que seja capaz de reencontrar o caminho da moral. Falo em nome de uma combativa bancada que muito me orgulha, e orgulha o Brasil. O PSDB vai votar pelo impeachment. Vamos votar sim a um novo Brasil, vamos votar sim ao impeachment.”
Aguinaldo Ribeiro (PP-PB)
“Apelo para que, no final desse processo, possamos fortalecer o Brasil. A maioria dos deputados do PP optou por votar no sim. O crime de responsabilidade é apenas parte do problema.”
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Aelton Freitas (PR-MG)
“Nosso partido vota contra o impeachment, por orientação do diretório. O pedido de impeachment está em desacordo com a Constituição. Somos o partido que, no processo de impeachment, garantiu a divergência. A aprovação do impeachment terá efeitos imprevisíveis. Não houve dolo da presidente”.
Rogério Rosso (PSD-DF)
“A decisão de hoje terá longo alcance político, econômico, social e populacional. Nós, os parlamentares, representamos 96 milhões de eleitores, o que nos torna absolutamente legitimados para representar o povo. Se houve crime ou não, deixemos que o Senado o julgue. O PSD votará sim”.
Fernando Coelho Filho (PSB-PE)
“O sentimento que domina o PSB é de preocupação e de frustração com o país. É hora de ter coragem! E é por isso que dizemos sim ao impeachment”.
Pauderney Avelino (DEM-AM)
“Os preceitos constitucionais preliminares estão atendidos no relatório da comissão especial. Há uma crise moral que abate o governo”.
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Márcio Marinho (PRB-BA)
“Jamais poderíamos compactuar com os crimes de um governo como esse. Foi por isso que nós deixamos a base aliada. Agora estamos do lado do povo brasileiro”.
Wilson Filho (PTB-PA)
“O PTB decidiu orientar todos os deputados pelo sim ao impeachment”.
Weverton Rocha (PDT-MA)
“O PDT sempre esteve na trincheira, defendendo a CLT e os direitos dos trabalhadores e dos aposentados. Todos nós já perdemos ao não conseguir cumprir a Constituição à risca. O PDT vai lançar candidatura própria em 2018, com Ciro Gomes. O partido vai defender a Constituição e votar contra o impeachment”.
Genecias Noronha (SD-CE)
“Não há golpe nenhum. Golpe é o que a presidente Dilma tem praticado. O relatório do deputado Jovair Arantes me deu convicção de que Dilma cometeu crime de responsabilidade fiscal”.
Renata Abreu (PTN-SP)
“Após muito diálogo na bancada, e com inafastável respeito à democracia, nós do PTN decidimos estar ao lado da maioria dos brasileiros. Orientamos a todos que digam sim. Nosso voto é sim ao Brasil, sim ao impeachment”.
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Daniel Almeida (PC do B- BA)
“Ninguém fala mais do relatório do deputado Jovair Arantes, porque sabem que, perante a Constituição, não é possível admitir um processo de impeachment contra uma presidente que recebeu 54 milhões de votos. Então, fazem o debate político. Querem usurpar o voto popular”.
André Moura (PSC-CE)
“Quero agradecer à executiva nacional, que se mantém unida e vota, unânime, no sim ao impeachment. Milhões de brasileiros estão nas ruas. Gritos de revoltados, de um povo que não aguenta mais. Inconformados com a irresponsabilidade de um governo desumano”.
Rubens Bueno (PPS-PR)
“Passamos as últimas horas deste plenário exaurindo os fundamentos do impeachment. Enfrentamos todas as falácias do governo e demonstramos os crimes de responsabilidade. Para que fosse reeleita, a presidente praticou uma política criminosa, de falsear as contas públicas”.
Givaldo Carimbão (PHS-AL)
“O partido, em determinadas situações, liberava a bancada para tomar a posição que entendesse. Mas neste momento que o Brasil vive, onde decidiremos se a presidente fica ou sai, reunimos nossa executiva e tomamos uma decisão: o partido votará a favor do impeachment. Eu votarei contra o impeachment e agradeço ao partido por compreender o meu posicionamento”.
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Sarney Filho (PV-MA)
“O país não atravessa um momento fácil. Nenhum de nós, homens e mulheres de bem, gostaríamos de estar passando por esse momento. Mas é uma realidade que se impõe. Dentro dessa realidade, o Partido Verde tomou uma decisão, por unanimidade, a favor do impeachment”.
Ivan Valente (PSOL-SP)
“Em primeiro lugar, queria saudar a valorosa, digna, combativa e ética bancada do PSOL, que votará unida contra o impeachment. Sabe o valor da democracia. Inventaram um álibi, uma questão contábil, as pedaladas fiscais, que ninguém do povo sabe o que é, para tentar afastar a presidente pelo conjunto da obra. Está em curso uma ruptura com o estado democrático de direito.”
Ronaldo Fonseca (PROS-DF)
“Neste momento, o PROS, depois de muito esforço e debate, decidiu votar sim ao impeachment da presidente da república. Não admito que se diga que há um golpe no Brasil. A Constituição legitima esta sessão”.
Alessandro Molon (REDE-RJ)
“Nossa bancada está dividida quanto ao tema, então está liberada para se posicionar. A Rede deseja um julgamento justo e sério no Tribunal Superior Eleitoral, onde sejam apuradas as denúncias de recursos ilícitos na campanha presidencial. Quero dizer que este processo não tem nada a ver com combate à corrupção, se tivesse, não seria liderado por Eduardo Cunha”.
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Silvio Costa (PT do B- PE)
“Quem lidera esse processo é o PCC, o Partido da Corja do Cunha. Bandido, ladrão, deveria estar preso. Que país é esse, em que essa pessoa abre o processo contra uma senhora honrada? A oposição não tem moral para atacar a presidente Dilma”.
Alfredo Kaefer (PSL-PR)
“Contra fatos, não há argumentos. Os fatos são irrefutáveis: a presidente Dilma não honrou a Constituição brasileira e cometeu crime. Não zelou pelas contas públicas. Gastou desordenadamente”.
Júnior Marreca (PEN-MA)
“Estamos diante de um processo de impeachment com um relatório sem embasamento jurídico nenhum. Estamos pegando a cabeça da presidente da república e a colocando ao bel-prazer. Poderíamos estar chamando novas eleições, e não tirar à força um mandato legítimo. A bancada do PEN está liberada para votar de acordo com a convicção de cada um”.
Welinton Prado (PMB-MG)
“O mandato atual da presidente Dilma é indefensável. O que ela fez com a economia é muito sério e grave. Mas a saída não é o Temer e o Cunha, a saída são novas eleições. Se tem crime de responsabilidade da Dilma, tem do Temer também, do Alckmin em São Paulo, do Aécio em Minas Gerais”.
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Miguel Haddad (PSDB-SP, líder da minoria)
“A cada dia, a situação se agrava. A cada dia alguém perde seu emprego. Não há local deste país em que se possa vislumbrar, no rosto das pessoas, um sinal de esperança. Uma presidente da república que governou de costas para o seu povo, que esperava dias melhores. Há desemprego, paralisia nacional, sucateamento do nosso parque industrial. A Petrobras foi quebrada, os fundos de pensão também. O Brasil não pode mais andar sem rumo. Sua saída será o primeiro marco na construção de um novo Brasil”.
José Guimarães (PT-CE, líder do governo)
“Hoje, as ruas estão majoritariamente contra o golpe e contra o impeachment no Brasil inteiro. Tenho certeza que o que está em discussão aqui não é o relatório, porque ele está fadado a apontar um golpe. Não tem base jurídica para sustentar a decisão política. Se temos compromisso com o povo, o povo voltou na Dilma. O que estamos assistindo é uma tentativa, daqueles que não foram eleitos pelo voto popular, de forma indireta”.
* Zero Hora