No encerramento da cúpula anual da Apec, em Manila, os líderes da região Ásia-Pacífico divulgaram, nesta quinta-feira, uma declaração contra o terrorismo, após a onda de atentados na França, no Líbano e contra um avião russo.

Continua depois da publicidade

Na reunião de dois dias, as 21 economias do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec) se comprometeram a continuar estudando a viabilidade de criar uma grande zona de livre-comércio para todos os seus integrantes, entre eles Estados Unidos, Japão, Rússia e China, além dos latino-americanos México, Chile e Peru.

Sobre o clima, os líderes se mostraram pouco ambiciosos, a poucos dias da Conferência do Clima, a COP21, em Paris, e não assumiram o compromisso de reduzir as tarifas sobre uma lista definida de 54 produtos ambientais, como painéis solares e purificadores de água.

Juntos contra o terror

“Condenamos com firmeza todos os atos, métodos e práticas do terrorismo em todas as suas formas e manifestações”, afirmam os líderes em seu comunicado conjunto, após a sequência de atentados em Paris e em Beirute na semana passada e após a derrubada do avião russo no Sinai egípcio. Todos os atos foram reivindicados pelo Estado Islâmico.

Continua depois da publicidade

“Não permitiremos que o terrorismo ameace os valores fundamentais das nossas economias livres e abertas (…) Destacamos a necessidade urgente de uma cooperação internacional mais estreita e de uma maior solidariedade na luta contra o terrorismo”, de acordo com a declaração.

“O terrorismo é o inimigo comum da humanidade”, acrescentou o presidente chinês, Xi Jinping, em entrevista à agência estatal de notícias Xinhua, ao condenar o assassinato de um chinês por parte do EI. Além do cidadão chinês, o grupo também anunciou a morte de um norueguês.

O novo primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, disse ao presidente americano, Barack Obama, que seu país continuará sendo “um membro forte da coalizão aérea liderada por Washington contra o EI no Iraque e na Síria”. Trudeau havia prometido retirar os aviões canadenses dessa coalizão.

Segundo Obama, a guerra que toma a Síria desde 2011 não terminará enquanto o presidente Bashar al-Assad, protegido da Rússia, permanecer no poder.

Continua depois da publicidade

Grande projeto de livre-comércio avança

Do lado do comércio, os líderes renovaram seu compromisso com a ainda embrionária Zona de Livre-Comércio da Ásia-Pacífico. Por iniciativa chinesa, desde o ano passado está sendo realizado um estudo de viabilidade, que deve ser apresentado aos líderes em sua próxima cúpula em Lima, no final de 2016.

“Avança o estudo para a criação de uma grande área de livre-comércio Ásia-Pacífico, que inclua todos os países da Apec”, constatou o chanceler chileno, Heraldo Muñoz.

Por um lado, a ideia dos líderes é avançar para esse ambicioso projeto, apoiando-se nos muitos que já existem na região e, em particular, no Acordo de Associação Transpacífico (TPP), integrado por 12 economias da Apec, como Estados Unidos, Austrália, Peru, Chile e México – sem a China.

Por outro, para favorecer a integração regional, os líderes pediram para “facilitar a participação” das pequenas e médias empresas no comércio global e intensificar a liberalização dos serviços.

Continua depois da publicidade

O clima, secundário

Sobre o clima, os líderes manifestaram em seu comunicado que estão “fortemente comprometidos com conseguir um acordo justo, equilibrado, ambicioso, duradouro e dinâmico na conferência COP21 do clima de Paris”, que começa em 30 de novembro.

Mais concretamente, não resolveram nada sobre o compromisso que expira no fim do ano, de reduzir em 5%, ou menos, as tarifas sobre uma lista de 54 produtos ambientais definida em 2012. Em vez disso, os dirigentes pediram apenas que os países comprometidos “redobrem seus esforços”.

Para garantir a segurança desse fórum, que representa 57% do PIB mundial e quase a metade do comércio global, o governo filipino deslocou mais de 20.000 policiais para a capital.

Nesta quinta-feira, centenas de manifestantes marcharam contra o que denunciam como uma política econômica excludente em relação aos pobres. A fim de “acalmar os ânimos”, a polícia respondeu com “hits” de Katy Perry e David Guetta a todo o volume no protesto.

Continua depois da publicidade

bur-avl/app/cc/tt