Lideranças políticas evitam falar em campanha

Poucas horas após o acidente aéreo que resultou na morte do candidato Eduardo Campos (PSB-PE) e outras seis pessoas, lideranças de partidos ainda evitam falar sobre o cenário político nacional até outubro. Os principais presidenciáveis, presidente Dilma Rousseff (PT-SP) e senador Aécio Neves (PSDB-MG), se pronunciaram lembrando da carreira de Campos e apoiando a família do político. Para especialistas, o futuro da eleição passa pela continuação de Marina Silva (PSB-AC) como candidata à Presidência. No entanto, isso só deve ser decidido na próxima semana.

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Para Flávio Ramos, doutor em sociologia política pela Univali, a opção de Marina Silva continuar ou não a candidatura dificilmente será divulgada nos próximos três dias. O motivo seria a proximidade com o acidente, que surpreendeu o país. No entanto, uma possível escolha por encabecar a campanha teria problema na ligação de Marina com o partido.

– É hora de se preservar, até em respeito à família de Eduardo Campos. Na próxima semana deve haver uma posição oficial. Se ela continuar, o PSB deve tentar capitalizar os votos de Campos, mas isso não seria tão imediato, pois Marina não tem o DNA do partido. Será uma negociação difícil até internamente na coligação – comentou Flávio.

De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a coligação “Unidos Pelo Brasil”, que era representada pelo candidato Eduardo Campos (PSDB-PE), poderá definir um novo nome para concorrer à Presidência até o dia 23 de agosto.

Candidatos se pronunciam em apoio à família de Campos

A presidente Dilma Rousseff e o senador Aécio Neves suspenderam as respectivas agendas de campanha por causa do acidente. Em coletiva realidade hoje de tarde, a presidente falou sobre Campos:

– O Brasil está de luto. Perdemos um grande brasileiro – afirmou.

O candidato Aécio Neves também se pronunciou sobre a tragédia.

– Nesse momento, minha família e eu nos unimos em oração à família de Eduardo, seus amigos e a milhões de brasileiros que partilham a mesma perplexidade e pesar – disse Aécio.

Lideranças do Partido Socialista Brasileiro (PSB) organizaram uma coletiva agora a pouco. A vice da coligação de Eduardo Campos à presidente, Marina Silva (PSB-AC), disse palavras de apoio à família do político pernambucano e não comentou sobre o futuro da campanha.

– Durante esses 10 meses de convivência eu aprendi a respeitar, admirar e a compartilhar suas atitudes e ideais de vida. Começamos a formar juntos a esperança de um mundo melhor e mais justo. Eu peço a Deus que possa sustentar toda a família e também todos nós – contou Marina.