As declarações da secretária do Estado de Justiça e Cidadania, Ada de Luca, na segunda-feira, após a revelação do uso de aparelhos celulares por detentos no sistema prisional catarinense, não caíram bem entre parlamentares que representam Joinville e região no cenário político estadual.
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Ao lado de representantes das polícias e de entidades ligadas à segurança pública, deputados repetem a opinião de que o assunto vem sendo subestimado pelo Estado e prometem exigir providências.
VÍDEO: Escute as conversas gravadas pelo A Notícia
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Membro da Comissão de Segurança da Assembleia Legislativa, o deputado estadual Kennedy Nunes (PSD) avisou nesta terça que pretende convidar a secretária a prestar informações na próxima semana, quando deve levar o assunto à pauta da casa.
– Sinceramente, por eu ser de Joinville, não gostei da forma como a secretária tratou do problema. Como é que vai duvidar? Não pode se duvidar disso -, critica.
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O deputado se refere à resistência de Ada de Luca em admitir que há internos do sistema prisional catarinense se comunicando livremente por celular. Desde o último domingo,
“A Notícia” publicou uma sequência de reportagens que denunciam a troca de informações entre internos de cadeias catarinenses por celular, por meio de um serviço privado de chat telefônico.
Outro representante de Joinville na Alesc, Darci de Matos (PSD), afirmou para “AN” que tentaria contato com a secretária ainda nesta terça para pedir providências.
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– O assunto foi tocado pela grande imprensa e é urgente -, reforça Darci, que é, assim como Kennedy, colega de partido do governador Raimundo Colombo.
Nilson Gonçalves, deputado estadual pelo PSDB, defende investimentos não apenas para impedir a entrada de aparelhos celulares nas cadeias, mas também de drogas e armas.
Crítica mais contundente parte de Carlito Merss (PT). Na opinião do prefeito de Joinville, falta apenas vontade política do governo estadual para o presídio da cidade contar com um bloqueador de sinal de celular.
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– Celular em presídio é coisa que não se justifica mais. Qualquer aparelhinho identifica. Há totais condições técnicas de se impedir o uso de telefones no presídio -, dispara.
O bloqueador de sinal ainda foi cobrado por outras fontes ligadas à segurança pública consultadas por “AN”.
Para Adilson Michelli, comandante da Polícia Militar responsável por bairros da zona Sul de Joinville, onde fica o Presídio Regional, a instalação da tecnologia seria a única forma de impedir o uso de celulares na unidade.
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Nasser Haidar Barbosa, presidente do Conselho Carcerário de Joinville, sugere uma alternativa: se o sinal de celular fosse bloqueado, a administração do setor penal poderia providenciar telefones públicos para que os detentos conversassem com familiares em ligações monitoradas.
Ele é endossado por Kennedy Nunes, que defende o modelo e ainda acredita em retorno financeiro aos agentes prisionais com a divisão da verba arrecadada com os telefonemas.