A luta pela duplicação da BR-470 ganha força pelo Estado com novos adeptos empenhados em fortalecer o pleito do Vale do Itajaí. Integrantes do Comitê da Duplicação da BR-470, entre eles o coordenador Felix Theiss e o presidente do Sindilojas de Blumenau, Emilio Schramm – um dos líderes do movimento – se reuniram com representantes de entidades que fazem parte do Conselho das Federações Empresariais de Santa Catarina (Cofem) na sede da Fecomércio-SC, em Florianópolis, para oficializar o apoio. O grupo segue agora em busca do reforço político para levar os pedidos por mais recurso e agilidade na liberação a Brasília.

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Na reunião, onde também estavam o superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) em Santa Catarina, Vissilar Pretto, e o diretor de Parcerias do Ministério dos Transportes, Fabio Luiz Lima de Freitas, representantes de pelo menos cinco federações com ligações diretas com a rodovia manifestaram apoio ao movimento e se uniram ao comitê. O presidente da Federação das Empresas de Transporte de Carga e Logística no Estado de Santa Catarina (Fetrancesc) e da Intersindical Patronal de Blumenau, Osmar Ricardo Labes, falou da necessidade de atenção à conservação da estrutura atual da rodovia, além da cobrança por mais agilidade na duplicação:

– Da maneira como está, não temos nem o leito duplicado e nem o leito atual, porque o investimento na conservação é pífio, uma vez ou outra é feita uma correção no pavimento.

Labes foi acompanhado na opinião pelo presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas da Região de Florianópolis, Ruy Hermes Gobbi, que declarou que as rodovias são o ¿chão de fábrica¿ de muitos catarinenses e que a situação da BR-470 é extremamente calamitosa. Presidente da Fecomércio-SC, o empresário Bruno Breithaupt destacou a importância da união das entidades e órgãos para cobrar mais agilidade na condução dos trabalhos na rodovia:

– O DNIT em Santa Catarina está cumprindo muito bem o seu papel, o grande problema é financeiro. Houve um corte significativo de verba no orçamento do Ministério dos Transportes e isso vem afetando não só a continuidade das obras quanto a manutenção de toda a malha viária de Santa Catarina. Em função disso, vamos fazer um esforço junto ao ministro no sentido de que dote mais recurso para o nosso Estado, para que possamos cumprir nosso papel.

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Para os integrantes do Comitê da Duplicação o objetivo da reunião foi plenamente atingido, já que as entidades abraçaram a causa da duplicação e se colocaram à disposição para acompanhar os próximos passos. Emilio Schramm ressaltou que o momento é de manter o foco na obra de duplicação.

Já Felix Theiss destacou que a força das federações somadas ao movimento promove ainda mais representatividade para o pleito que não é apenas do Vale do Itajaí, mas de todo o Estado. O próximo movimento do grupo ocorre no dia 15, quando o comitê se reúne com parlamentares catarinenses em Blumenau para conquistar o apoio da classe política e chegar ao governo federal.

Superintendente do DNIT apresenta situação das obras, sem citar novidades

O superintendente do DNIT em Santa Catarina, Vissilar Pretto, apresentou a situação da obra de duplicação da BR-470 no intervalo de 73 quilômetros entre Navegantes e Indaial, mas não trouxe novidades em relação ao que já foi revelado. O trecho onde a obra está mais adiantada é o do Lote 2, de Ilhota a Gaspar, com 44% de execução. O Lote 1, de Navegantes a Ilhota, também tem trabalhos ocorrendo, mas em ritmo mais lento, e até agora teve 18% dos trabalhos executados. O Lote 3, de Gaspar a Blumenau, até chegou a ter obras quando a ordem de serviço foi assinada, mas com apenas 3% de conclusão foi paralisado. O último lote da duplicação, que vai de Blumenau a Indaial, sequer teve as obras iniciadas.

– O nosso principal problema são as duplicações. Dos quase 1,4 mil processos de duplicação, 400 estão prontos para ir ao mutirão, mas não temos recurso. Até agora nenhuma desapropriação foi feita. Nós precisamos de R$ 400 milhões a R$ 450 milhões para cumprir os contratos, então temos que brigar com o ministro e o presidente na questão do orçamento.

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Sobre o estudo para conceder a BR-470 à iniciativa privada, o diretor de Parcerias do Ministério dos Transportes Fabio Luiz Lima de Freitas explicou que o projeto segue em elaboração e, antes de qualquer decisão, será discutido com toda a sociedade.

– É preciso debater a concessão para construir um projeto que não só do ponto de vista da estrutura esteja equivalente, como na questão da tarifa seja aceitável – declarou, acrescentando que atualmente 95% da malha rodoviária federal de SC está em estudo para concessão.