Em meio às discussões em torno do futuro do PMDB e seu posicionamento para a eleição ao governo do Estado em 2014, lideranças do partido em Joinville estão longe de chegar a um consenso entre manter o apoio ao governador Raimundo Colombo (PSD) ou lançar um nome e encarar uma candidatura própria.
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Embora o senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB) tenha sido o principal avalista e articulador da campanha de Colombo, lideranças do partido em Joinville defendem que os peemedebistas tenham a cabeça de chapa nas eleições e mostram a divisão interna da sigla.
Principal nome na defesa de que o PMDB precisa ter um nome concorrendo ao governo no ano que vem, o deputado federal Mauro Mariani (PMDB) diz que isso só é pensado pela imagem da atual gestão, que estaria afastada dos segmentos populares e teria péssimo relacionamento com os professores e o funcionalismo público.
– Se você for a um colégio e perguntar quem é o governador, não saberão responder. Porque, hoje, nosso governo não é presente. Eu apoiei o atual governador, mas não defendo seu mandato. Quero mais para o Estado – discursa.
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Junto com Mariani, os vereadores Rodrigo Fachini e Maurício Soares, que já trabalharam como seus assessores regionais, defendem o lançamento de um nome próprio.
– O Colombo é refém do dinheiro que vem do governo federal. Somos o maior partido de SC, temos que ter candidato – alega o vereador Maurício Soares.
Ao menos na região, o principal obstáculo para ter um nome próprio na disputa será convencer o senador Luiz Henrique da Silveira para rever sua posição quanto a Colombo. Em 2010, ele foi o principal responsável pela costura da chapa com PSDB, PMDB e PSD, que colocou Colombo – na época, Leonel Pavan (PSDB) e Eduardo Pinho Moreira (PMDB) estavam na disputa.
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Por enquanto, LHS não apenas vislumbra a manutenção da tríplice como espera ampliar o leque governista com o ingresso do PT.
– O PT é um aliado no governo federal e pode ser um bom aliado no governo estadual. Vamos conversar e intensificar as formas de ter eles conosco no ano que vem – diz LHS.
Enquanto isso, em âmbito estadual, a disputa pela presidência do partido – que indicará como a sigla deve se posicionar no ano que vem – também é alvo de polêmica. O atual mandato já foi prorrogado e encerra-se no fim de julho. Com isso, eleições foram marcadas para o dia 29 de julho, mas Eduardo Pinho Moreira tenta renovar o mandato por mais um ano, deixando a decisão para as vésperas do pleito estadual, no ano que vem.
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Isso incomoda a ala de Mauro Mariani, que colocou seu nome à disposição da sigla para concorrer e afirma que a prorrogação do mandato iria contra o estatuto do partido no Estado.
O que pensam as principais lideranças do PMDB de Joinville:
Mauro Mariani, deputado federal:
– Traduzo o sentimento de mais de 90% dos peemedebistas. Todos eles querem candidatura próprio ao governo do Estado. Pode ser que em 2014 não tenhamos, mas hoje a maioria deseja. Não podemos ficar num governo que não começou, que não acontece e que não é presente na sociedade – diz.
Udo Döhler, prefeito de Joinville:
– Esta eleição está distante. Mas estamos afinados com o governador, que está contribuindo muito para o nosso crescimento e é um excelente parceiro da cidade. Mas sobre a sucessão ao governo estadual falaremos mais para frente -, afirma.
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Dalmo Claro de Oliveira, secretário de Saúde do Estado:
– Não sou a favor, nem contra. A discussão é precoce. O período de se ver composições e candidaturas é em 2014. Imagino que a tendência seja continuar com a equipe que elegemos em 2010, mas por enquanto não tenho posição. Isso se discute no ano que vem -, argumenta.
João Carlos Gonçalves, presidente da Câmara de Vereadores de Joinville:
– Não posso falar sobre esse assunto. Vou esperar que o partido, em âmbito estadual e municipal, decida. Não serei uma voz dissonante da sigla. Apoiarei o que for decidido -, ressalta.
Rodrigo Fachini, vereador, líder do governo Udo no Legislativo:
– Sou completamente a favor da candidatura própria ao governo estadual. Temos que ter candidato próprio. Time que não joga perde torcida. Não podemos ficar duas eleições ao Estado sem concorrer como cabeça de chapa. Temos todas as condições de eleger o governador -, conta.
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Cláudio Aragão, vereador:
– O partido está caminhando com o governo Colombo. Temos que esperar o Norte que a sigla estadual nos dará. Mas acredito que nesse momento, o PMDB é o principal aliado do governo Colombo e deve continuar assim -, alega.
Maurício Soares, vereador:
– O PMDB tem que ter candidato ao governo do Estado. Não pode ficar sem uma candidatura. Temos mais prefeitos, vereadores e cedemos a cabeça de chapa na eleição passada. Somos o maior do Estado. Temos que ter um nome na disputa -, diz.
Cleonir Branco, presidente do PMDB de Joinville:
– Enquanto presidente, nunca conversamos sobre uma posição do partido. Mas como integrante do PMDB, defendo a reeleição do governador com o PMDB de vice para que em 2018 sejamos cabeça de chapa ao governo -, explica.
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