Durante a passagem da ministra da Agricultura Teresa Cristina por Chapecó, nesta semana, na inauguração do novo frigorífico da Aurora em Chapecó, as lideranças do Oeste voltaram a cobrar apoio para ajudar a amenizar o déficit de milho de Santa Catarina. No ano passado esse déficit chegou a R$ 3,6 milhões de toneladas e a produção estadual foi de 2,5 milhões de toneladas.

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O presidente da Aurora Alimentos, Márcio Lanznaster, disse que, com os novos investimentos, como a planta do Frigorífico Aurora Chapecó 1, que vai passar de cinco mil suínos para 10 mil suínos abatidos por dia, Santa Catarina vai necessitar 140 mil carretas de milho por ano. Aliás, se não fosse a mão-de-obra qualificada e o fato de Santa Catarina ser o único a exportar carne suína in natura para países como Estados Unidos, Japão e Coréia do Sul, possivelmente o investimento seria em outros estados. O diferencial catarinense é a sanidade, reconhecida internacionalmente.

Mário Lanznaster pediu para a ministra a implantação da Ferrovia Norte Sul de Panorama-SP até Chapecó. Os estudos de viabilidade foram concluídos em 2015 mas a obra não saiu do papel. A ministra disse que a reivindicação é justa e iria leva-la ao colega da Infraestrutura, ministro Tarcísio Freitas.

O prefeito de Chapecó e presidente do Bloco Regional de Intendentes, Prefeitos, Alcaldes e Empresários do Mercosul (Bripaem), Luciano Buligon, também solicitou apoio na implantação da Rota do Milho, para trazer insumos do Paraguai e Argentina.

A Rota permite buscar milho no Paraguai num trajeto de 350 quilômetros, 200 quilômetros a menos do que passando por Foz do Iguaçu. Para isso está sendo colocada uma balsa no rio Paraná, entre Carlos Antônio Lopez, no Paraguai, e Porto Piray, na Argentina.

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O coordenador adjunto do Núcleo de Faixa de Fronteira de Santa Catarina, Flávio Berté, disse que há dois entraves para a rota. Um deles é a necessidade de fazer a fiscalização de sanidade vegetal na origem, com cargas lacradas, para não acumular caminhões na aduana de Dionísio Cerqueira. Isso necessita de aprovação do Ministério da Agricultura e também autorização das autoridades da Argentina, pois os caminhões passarão também pelo país vizinho.

Outra questão é a necessidade de recursos para concluir a estrutura de desembarque dos caminhões em Porto Piray. Segundo Berté há necessidade de reforçar o ponto onde a balsa vai atracar para poder receber carretas carregadas.

Para colaborar na articulação política entre os três países será criada uma Frente Parlamentar Transfronteiriça. A iniciativa está prevista para ocorrer durante o Fórum Internacional Agro Sem Fronteiras, previsto para os dias 11 e 12 de novembro, em Chapecó.