Lideranças do Oeste catarinense entregaram nesta quinta-feira ao presidente da Assembleia Legislativa (Alesc), Gelson Merisio, um documento que pede apoio às reivindicação de obras de infraestrutura, telecomunicação, energia e segurança para a região. A entrega foi em jantar-palestra no Clube Recreativo Chapecoense, com a presença de 400 pessoas, entre elas deputados e secretários de Estado.

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Com um valor adicionado fiscal de US$ 7 bilhões, o oeste de SC lidera o setor agroalimentar catarinense, segundo estudo da Federações das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc). Além disso, a projeção de aumento da população mundial e o crescimento da demanda de carnes são favoráveis às industrias da região. Problemas de infraestrutura, porém, dificultam o crescimento. O custo do transporte, tanto para trazer matérias-primas como para levar produtos aos postos, é um exemplo.

O presidente da Associação Comercial e Industrial de Chapecó (Acic), Bento Zanoni, enfatizou que a região precisa de infraestrutura e segurança para produzir.

– Nosso objetivo ao convidar o presidente da Assembleia Legislativa é ver o que ele pode fazer por Chapecó e região – disse Zanoni.

Boas rodovias e mais energia

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O vice-presidente da Aurora Alimentos, Neivor Canton, disse que o oeste tem uma desvantagem em atrair investimentos pela carência de boas rodovias, falta de ferrovias e até de energia elétrica.

– Precisamos de investimentos em infraestrutura e até uma tributação diferenciada para nos mantermos competitivos.

Para o presidente da Sociedade Amigos de Chapecó, Cláudio Jorge Kraker, além dos projetos maiores, Chapecó necessita de obras como o Contorno Viário Leste, ligando a BR-282 com a SC-480, uma ligação da SC-283 com a BR-282 e um plano de mobilidade urbana.

O evento foi promovido pela Acic, Câmara de Dirigentes Lojistas e Sindicato do Comércio Varejista de Chapecó.

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Recursos de R$ 417 mi para obras

O presidente da Alesc, Gerson Merisio, afirmou que o governo de Santa Catarina investe R$ 417 milhões de recursos federais e do Estado em melhorias para a região. O principal investimento é uma macroadutora que vai levar água do rio Chapecozinho, em Bom Jesus, para Chapecó, beneficiando também Xanxerê, Xaxim e Cordilheira Alta. A assinatura da ordem de serviço será no dia 5 de maio, em Chapecó.

Segundo Merisio, o governo já elaborou também um projeto do Contorno Viário Leste, que vai ligar a BR-282 a SC-480, trajeto de cerca de 30 quilômetros, que vai desviar o tráfego pesado do centro de Chapecó.

As demais reinvidicações serão levadas para as autoridades competentes. A Alesc deve lançar no dia 28 uma campanha para valorizar o potencial de SC, mostrando que é preciso encarar a crise com otimistmo.

Duplicação da BR-282

A rodovia foi concluída em 2009, mas não dá conta da demanda. Um estudo da Fiesc aponta que há uma morte a cada três dias na via que liga Paraíso, na Fronteira com a Argentina, até Florianópolis, num trajeto de pouco mais de 700 quilômetros. O objetivo é atender o fluxo de carros e caminhões, que levam contêineres do Oeste para os portos.

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Ampliação do aeroporto

Em seis anos, a movimentação do Aeroporto Municipal Serafim Enoss Bertaso, em Chapecó, aumentou 325%, passando de 98 mil passageiros para 420 mil no ano passado. Mesmo com algumas ampliações, o terminal de embarque não comporta voos simultâneos. O projeto de um novo terminal, com capacidade para 500 pessoas por hora, está tramitando há mais de dois anos. Nesta semana, houve a promessa de liberação de R$ 35 milhões para a primeira etapa, com previsão de licitação neste ano.

Ferrovias

SC necessita trazer de outros Estados uma média de 2,5 milhões de toneladas de milho. Isso encarece o custo de produção. A Ferrovia Norte-Sul, no trecho de Panorama (SP) a Chapecó, ajudaria a trazer o milho do Centro-Oeste. Além disso, a Ferrovia do Frango, ligando o Oeste aos portos, também poderia diminuir os custos de transporte das carnes para exportação.

Segurança

Há apenas um batalhão para uma região de 617 mil habitantes. Uma das reivindicações é um novo batalhão ou uma guarnição avançada, além de mais 100 policiais na região de Chapecó e investimento em inteligência policial.

Energia e telecomunuicações

As lideranças defendem investimentos em energia e telecomunicações, principalmente no interior. Há registro de mortes de milhares de frango por queda de energia.

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Fontes: Associação Comercial e Industrial e Câmara de Dirigentes Lojistas de Chapecó, Sindicato do Comércio Varejista de Chapecó e Sociedade Amigos de Chapecó