Representantes de outras entidades que participaram da entrevista no dia 23 falaram com detalhes das preocupações da população. Também fizeram questão de lembrar que o Aventureiro tem muitas coisas boas para se orgulhar, como as várias atividades oferecidas à comunidade pelas associações de moradores.

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Estatísticas e realidade

Luiz Alves Castanha presidiu por duas vezes a Associação de Moradores do Parque Joinville, uma das sete comunidades do Aventureiro. Há um mês, comanda a Associação de Moradores Castelo Branco – Cohab do Aventureiro. Também coordena a União das Associações de Moradores do Bairro Aventureiro (Uamba), cujo lema mostra o propósito dos líderes comunitários: Por um Aventureiro cada vez melhor.

Não foi difícil definirem as questões que precisam de maior atenção dos órgãos públicos. Mas uma delas está no topo das preocupações de todas as lideranças comunitárias.

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– O nosso maior problema é o tráfico de drogas, que leva a assaltos, roubos, arrombamentos, furtos e todo tipo de violência – destacou Luiz Castanha, apoiado pelos demais líderes comunitários.

Essa insegurança não está nas estatísticas, afirmam, porque até pouco tempo atrás o registro de boletins era dificultado pela localização da delegacia, em um morro altíssimo. Com a mudança da DP para a rua Carlos Roberto Vilpert, em área plana, os números começam a mostrar a realidade do bairro nesta área.

Polícia cidadã no bairro

Ao responder especificamente sobre as demandas do bairro Aventureiro, o prefeito Udo Döhler fala de um desafio que tem com Joinville como um todo: encurtar a distância entre o poder público e as necessidades da população.

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– Estamos preparados para atender somente a um terço da população – diz. O desafio é fazer com que a aparelhagem do poder público recupere seu tamanho. Udo mostra especial preocupação com o avanço das drogas e a insegurança que isso provoca. Afirma que hoje a população está refém do traficante e que Joinville tem de mudar esse panorama com urgência.

Para o Aventureiro, o prefeito tem um plano ousado: instalar a primeira unidade de polícia cidadã no local onde funciona o Cras, que vai para o Centro de Artes e Esportes. Udo garante que não será uma polícia de repressão, mas moderadora de conflitos e que vai localizar os contraventores.

Segundo ele, já existe sinalização positiva dos comandos local e regional da Polícia Militar para a instalação da unidade. Udo vai tratar do projeto com o secretário de Segurança Pública e o governador.

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Um grande time do bem

Padre Ivam Macieski, 44 anos, está há oito anos no bairro Aventureiro. Veio de Itaipópolis, onde começou a caminhada após se formar na Universidade Católica Polonesa. Conhece como poucos o bairro, que afirma ter aprendido a amar, a respeitar e a lutar por seus moradores.

A maior batalha da comunidade hoje, aponta o líder religioso, é por maior segurança, ao destacar que a dependência química é um flagelo para a juventude. Uma das grandes vitórias comemoradas por ele e pela comunidade é a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 Horas, que começou a funcionar neste ano e “trouxe um alívio fantástico à saúde da população”. Além de melhorias na segurança, outra luta da comunidade é por mais vagas nos centros de educação infantil (CEIs).

O Aventureiro, lembra padre Ivam, é muito maior do que muitas cidades da região, mas nele ainda faltam serviços essenciais – citando a necessidade de um cartório para a região. Também diz ficar triste quando vê o bairro nos índices de analfabetismo. Mas lembra que a comunidade se fortalece quando se une.

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– E temos um time do bem muito grande aqui – destaca padre Ivam.

Alegria de mães e idosos

As vozes animadas e o cheiro de café fresco dão uma prévia do clima que ronda o pequeno espaço nos fundos da Associação de Moradores Castelo Branco. Mais de 40 mulheres se dividem entre as mais diversas atividades, desde uma senhora concentrada no crochê até o pulo de outra pela vitória no dominó.

– Somos um grande grupo de amigos – diz Maria Augusta, vice-presidente e uma das fundadoras do Clube de Mães.

O Clube de Idosos ajuda a somar forças e completa a turma. “Começamos com poucas, mas hoje em dia somos uma família das grandes”, diz Neusa Moreira, que atua como coordenadora das senhoras há seis anos.

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Os dois clubes estrearam quase ao mesmo tempo, duas décadas atrás. A história dos grupos se mistura com a de suas integrantes, deixando uma trilha de boas ações e vivências inesquecíveis para elas.

Os encontros das mães ocorrem toda quinta-feira, das 14h30 às 17 horas. Os idosos se reúnem toda terça-feira, das 15 horas às 17h30. Os únicos pré-requisitos são o espírito de equipe e a disposição, porque o sorriso no rosto é garantia da casa.